Informações não pedidas e tão pouco necessárias

Minha foto
I hate everything, except some things

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

O frio

É a primeira vez que o conceito de frio como uma entidade se tornou compreensível pra mim. É como se ele fosse um ser malvado que fica espreitando em todos os cantos e até consigo imaginar seus dedos longos e gelados deslizando para tentar me pegar. Ele fica atrás do box, só aguardando, e quando você sai ele te pega pelo pescoço ou pelo braço. Ele fica parado ao lado da cama enquanto durmo, esperando que acidentalmente eu acabe deixando um dedo ou meu nariz para fora do cobertor e ele possa agarrá-lo. E ele tem um sorriso diabólico que arrepia até a alma. Eu não sei quem falou que o inferno é quente, cheio de chamas, mas provavelmente deve estar enganado. O inferno é a geladeira do diabo e se queima, queima de tão gelado que é.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

I don't have a name for this one

Hum... é um perigo quando eu venho postar assim, sem saber o que quero dizer, só querendo escrever...
Sem contar que eu não tenho mais nada pra falar, quer ver?
O mundo está perdido.
Eu odeio as pessoas.
Tudo e todos me irritam profundamente.
Vai se fuder.
Futebol é lindo.
Tolkienzinho é um gênio.
Eu odeio gente preconceituosa.
Morango não deixa de ser fruta só porque você não gosta, do mesmo jeito que um livro/filme/música não deixa de ser literatura/cinema/música pelo mesmo motivo.
Go fuck yourself.
O Brasil é um país incrível e só quem é idiota pensa o contrário.
Eu sou insuportável.
Não, eu não vou mudar.
Então eu fiz um desenho... sim, aquele ali de cima. Deixe-me explicá-lo:
Esse é o mundo! Na verdade o Universo! Com tudo que tem nele... aquelas manchas pretas/cinzas são as pessoas... e tem as árvores, as águas, as montanhas, os pássaros, o sol, o espaço, os planetas (viram, eu consegui fazer o anel de saturno), tem até a perninha de Deus lá... e longe de tudo isso, completamente isolada, tem eu e o Blaublau... e aquele coitado lá nas montanhas tentando me salvar é o Fer, claro.
O roxinho ali do lado é tudo o que pode existir, mas eu não sei... porque estou sempre presa nesse limbo que não é nada, sozinha e sem conseguir alcançar o Fer.
Pois é...
Btw, viram que eu estou com a camisa do Liverpool?

domingo, 27 de novembro de 2011

Nada não

É engraçado quando as coisas mudam. E estão mudando constantemente. Mas é foda quando mudam sem nenhum motivo aparente.
Mas, Mirane, minha filha, quem disse que precisa de motivo pra mudar?
Verdade.
Por que as pessoas fazem isso?
Mudarem? Não. Mentirem.
Se bem que nesse caso não foi nem uma mudança nem uma mentira.
Acho que nesse caso foi única e exclusivamente uma situação de não acreditar no que eu falo. Se tivesse me ouvido, se tivesse prestado atenção no que eu falava, se tivesse acreditado.
Falei que não ia fazer esse post, mas que se dane. A pessoa não vai ler mesmo.
Por que você não acreditou em mim quando eu disse?
Agora eu fico aqui feito besta mais fudida que antes porque acreditei em você também quando eu sabia que não deveria.
Eu sou burra e você é... nada, só você. Com todo o direito de ter feito o que fez. Só não me peça, NUNCA MAIS, pra acreditar em você de novo, porque eu não vou. Não importa o que você faça não vai conseguir apagar o que você fez.
Perdeu, playboy. Ou melhor, ganhou.
É isso.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

O tempo

O tempo é tão interessante. Todos eles. Eu adoro o tempo. Mas hoje eu vou falar de outro tempo, ou melhor, o clima.
Você já pararam pra reparar que a gente reclama de tudo relacionado ao clima? Muito frio. Muito calor. Muito vento. Sem vento nenhum. All the time. Obviamente vocês já se deram conta disso né... Mas vocês se deram conta que talvez nós estejamos sendo muito duros com o tempo?
Imagine só, ele tendo que quebrar a cabeça todo o tempo sobre como se apresentar "será que gostarão de mim assim?" "devo ser mais ensolarado?" "e se eu trouxer alguma chuva comigo?" "hum... acho que assim está bom, vamos lá..." E depois... pobre tempo... só decepção.
Que tempo maluco! Tava sol até agora a pouco e agora tá cheio de nuvens... "mas vocês estavam reclamando do sol, só quis ajudar... mas ok, eu trago o sol de volta" Aí, lá vem esse sol de novo "mas eu achei que vocês gostassem do sol... querem um pouco de chuva?" Mas tinha que chover justo agora, como eu odeio esse tempo! "então me diga o que vocês querem, eu quero ajudar..." Nossa, desisto desse tempo. "Okay..."
E o tempo se recolhe pra chorar sozinho... será que ele tem alguém com quem possa conversar? Talvez o sol e o vento estejam sempre ao seu lado... ou seriam eles parte do tempo?
Só acho que é muita injustiça com o tempo, ninguém deveria ter que se esforçar tanto para agradar um bando de idiotas como a gente.
O jeito é gritar pro tempo "ei, não se importe, esse mundo é uma bagunça mesmo", mas ele deve saber disso melhor do que eu.
Deem um tempo ao pobre tempo. Ele não tem nenhuma obrigação de agradar você e mesmo assim se esforça ao máximo. Idiota!

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Para quem quer entender os elfos de Tolkien

Sem nada pra fazer aqui e quebrando a cabeça com o The Book of Lost Tales I fui pro Word fazer um esquemão dos elfos do Tolkien. Claro que se você já leu O Silmarillion você conhece isso, mas pra quem não leu ou leu e tem preguiça de ficar olhando ou só quer saber mesmo ou nem quer, vou colocar aqui parte do esquema que fiz - digo 'parte' porque minha capacidade não me permite fazer aqui o que fiz no Word e não quero copiar/colar.

QUENDI

ELDAR - Vanyar, Noldor e Teleri
TELERI - Sindar, Nandor e Laiquendi
LAIQUENDI - Nandor que entraram em Beleriand
ÚMANYAR - Eldar que não foram para Aman: Sindar, Nandor e Laiquendi
CALAQUENDI - Vanyar, Noldor e Teleri que foram para Aman
MORIQUENDI - Teleri que não foram para Aman (Úmanyar = Sindar, Nando e Laiquendi) e Avari

Sendo

QUENDI - Os elfos
ELDAR - Os elfos da Grande Viagem a partir de Cuiviénen
AVARI - "Os relutantes": elfos que se negaram a fazer a Grande Viagem
VANYAR - Todos foram para Aman
NOLDOR - Todos foram para Aman
TELERI - 1. Os que foram para Aman
2. Os que ficaram em Beleriand
3. Os que abandonaram a marcha dos Teleri
SINDAR - Elfos cinzentos (2 dos Teleri)
NANDOR - Elfos que mais tarde entraram em Beleriand (3 dos Teleri)
LAIQUENDI - Elfos-verdes de Ossiriand
ÚMANYAR - Os Eldar que "não eram de Aman"
CALAQUENDI - "Elfos da luz" (altos-elfos): chegaram a Aman na época das Duas Árvores
MORIQUENDI - "Elfos da escuridão": nunca viram a luz das Árvores

Sendo

AMAN - Reino abençoado onde vivem os Valar
DUAS ÁRVORES - Laurelin e Telperion

Quer saber mais? Vai ler o Silmarillion!

Why the Man in the Moon came down too soon?

Nem tenho nada pra falar. A não ser o de sempre.
Não suporto as pessoas.
Não me suporto.
O Liverpool é lindo.
Eu amo futebol.
O mundo me cansa.
Futebol é a coisa mais importante da minha vida, se você não entende isso nem perde tempo falando comigo, fazendo o favor.
Odeio gente falsa.
Gente idiota me persegue.
Esse mundo está irremediavelmente perdido.
Odeio gente tosca que fica falando mal do Brasil. Acha ruim, vai embora.
Meu país é lindo.
Vão se fuder.
Eu to cansada.
Tristeza não é depressão.
Eu odeio gente tosca.
Quero matar 90% das pessoas.
Minha tese de doutorado vai ser linda, mas quero trabalhar com futebol, pode ser?
Oi, gente.

"But Melko might not thus easily forgo his sport. 'Nay first,' said he, 'wilt thou come Manwë and kneel before me, and after you all the Valar; but last shall come Tulkas and kiss my foot, for I have in mind something for which I owe Poldórëa no great love.'" The Book of Lost Tales I, p. 110.

Esse Melkor é um brincalhão, né? Hahahahahahahaha

terça-feira, 18 de outubro de 2011

terça-feira, 11 de outubro de 2011

And here we go again

De um jeito ou de outro eu to sempre me repetindo. O tempo todo. Não que isso me incomode.
Eu sei que 99% das pessoas que convivem comigo, seja pessoalmente ou virtualmente, me odeiam. Talvez não odeiem, mas me achem idiota, chata, insuportável e etc. Eu sei disso. E sei também que a maioria pensa "vixi, lá vem a Mirane de novo" toda vez que eu escrevo alguma coisa, seja aqui, no twitter, no facebook, em qualquer lugar. Aquela coisa tipo "ela só sabe falar de futebol" ou "ela se acha grande merda por [insira qualquer coisa aqui, as pessoas me surpreendem com o que elas acham ser motivo para se achar grande merda]". Bem, eu só me acho grande merda por um motivo: eu assisti um jogo do Liverpool no Anfield e eu tenho autógrafos da maioria dos meus meninos, então, sim, eu sou uma merda e tanto, morram de inveja. O fato a ser considerado aqui é: como é que vocês acham que eu me sinto tendo que conviver comigo o tempo todo? Até hoje não consegui nem imaginar o que eu possa ter feito pra me merecer. Imagine se você que não me suporta nem por 1 hora ou alguns tweets tivesse que conviver comigo. ALL. THE. TIME. É óbvio que por não me suportar você deve achar é pouco que eu tenha que conviver comigo. Mas eu não me aguento mais.
Engraçado isso. Tem eu e eu. Duas insuportáveis e uma não suporta a outra e eu tenho que aguentar as duas. Ops! Mais uma!
Queria brincar de esquecer, mas aparentemente eu só esqueço as coisas que não quero. Mal consigo lembrar o nome dos sete faróis de Gondor e só consigo lembrar o nome dos filhos de Fëanor com alguma dificuldade.
Será que alguém nesse mundo consegue me entender?
Sabe, por mim eu passaria a vida escrevendo, mas toda vez que eu começo a escrever alguma coisa aqui tudo parece tão idiota. Ninguém liga para o que eu estou falando. As palavras já não significam nada e tudo o que eu consigo ver depois que eu escrevo é um monte de frases prontas. Mas essa não é a minha intenção, usar frases e conceitos prontos. Minha intenção é dizer o que eu to sentindo, é querer que alguém leia isso e entenda, de verdade, não do tipo "uh, Mirane atualizou o blog, deixa eu ler... *lê sem nem prestar atenção e parar pra pensar o que pode estar fazendo com que eu me sinta esse lixo* ah tá, mesma ladainha de sempre, ok".
Preciso de alguém pra conversar. Alguém que preste atenção. Alguém que entenda. Alguém que mesmo que não concorde comigo consiga ver que eu realmente acho que nada nesse mundo tem nenhum sentido ou valor ou importância. As pessoas são idiotas e eu me junto a elas. As coisas pelas quais eu morreria atualmente são vistas pela maioria como algo que mal se vale a pena pensar, mas como eu não dou a mínima pra maioria e nem pra ninguém, eu não ligo. Mas me incomoda o fato de ver algumas pessoas fingindo se importar com coisas que deveriam ser importantes, mas não são de verdade.
A gente complicou tanto o mundo e tudo. Desde o começo, seja ele qual for, a gente bagunçou tudo, inverteu tudo. E eu to tão perdida agora. Preferia a época em que a morte era vista como solução, embora ainda seja uma ótima opção, claro.
Ainda bem que existe futebol.

domingo, 9 de outubro de 2011

Mestre Samwise

Então... estou lendo The Lord pela primeira vez em inglês, na minha edição linda. E óbvio que eu teria um milhão de coisas pra falar sobre ele... *-* Mas eu vim aqui hoje só porque, pra variar, o Tolkien sempre sabe expressar aquilo que a gente quer dizer e não consegue e nas sábias palavras do Professor eu consegui encontrar mais ou menos o que eu queria dizer que senti no dia 27 de agosto de 2011, no Anfield.

"Sam could never describe in words, nor picture clearly to himself, what he felt or thought that night, though it remained in his memory as one of the chief events of his life. The nearest he ever got was to say: 'Well, sir, if I could grow apples like that, I would call myself a gardener. But it was the singing that went to my heart, if you know what I mean.' " The Lord of the Rings.

Perfeito? Imagina... *-*

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Das Wort

Há! Oi.
Hoje eu estou aqui porque não tenho nada pra dizer pra ninguém. Mas eu sempre tenho um milhão de coisas pra dizer pra mim. Mas às vezes só dizer não é suficiente e é por isso que eu escrevo aqui e no The Prince.
Pra mim eu tenho tanta coisa pra dizer, tanto que não paro nenhum segundo. Quem me conhece sabe que eu falo demais, mas isso não é nada perto do que eu tenho que aguentar.
Eu queria uma palavra que resumisse tudo. Tudo. Qual? Certamente não pode ser uma que já exista, pelo menos não com o significado convencional.
Estou pensando.
FRYGTY
That's my word.
Bem, eu vou indo... to me esperando pra mais conversa.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Problema de quem?

Li um negócio no tumblr e vim aqui comentar.
Era um negócio do tipo 'como nós e nossos problemas são insignificantes se comparados com o universo e whatever'.
Não sei o que pensar disso, porque realmente o universo não tá dando a mínima para problemas individuais, mas no fim, quem dá? Só quem tá passando por eles. O fato é que se vários problemas individuais se juntam pode se tornar um problema bem maior, mas que ainda vai ser ignorado pelo universo. E aí eu pensei o quão desesperante é o fato de saber que tudo o que eu sinto, que é o suficiente pra me deixar louca, e tudo o que todo mundo sente e passa ao longo da vida é absurdamente insignificante. Coisas que te fazem chorar por uma semana, querer morrer, deixar de sorrir pra sempre e que não tem nenhuma relevância pra nada e pra ninguém. Nem vem, não tem relevância pra ninguém. O ser humano é condicionado a se proteger de alguma forma então mesmo que o sofrimento de outra pessoa te faça sofrer e você tente ajudá-la de algum modo você só está fazendo isso porque ela se sentir bem vai fazer você se sentir bem. Somos egoístas, todo amor é egoísta, sempre disse isso. E se você tentar de tudo e não conseguir fazer com que a pessoa melhore e se sinta bem, você vai desistir, mais cedo ou mais tarde. Não estou sendo pessimista nem reclamando, nem to falando de mim, é só que é assim que as coisas são.
Outra coisa que pensei é, por exemplo (e eu costumo pensar isso nas horas mais desagradáveis), quando um problema individual pode afetar várias vidas, até milhões. Tipo, eu sempre penso isso quando to num avião. 'Já pensou se o cara perdeu a família ou sei lá, tá tão triste que quer morrer e decide se matar e como ele vai morrer mesmo não liga de matar um monte de gente com ele...' Mas não é? É que assim, quando eu to muito triste eu não ligo pra nada e to pouco ligando pra todo mundo... sim, é egoísmo mesmo, me processe! Agora imagina se o cara responsável pelo arsenal militar dos EUA ou de algum outro país cheio de bombas nucleares se sente assim de repente e resolve destruir o mundo. Assim. Do nada. Wow! Legal viver assim, imaginando que a gente pode depender de um capricho de uma pessoa... óbvio que isso vai continuar significando nada pro universo porque se a Terra explodir ele mal vai sentir, vai ser mais como um 'ops' e pronto! Somos só um ops no universo e nos achamos grande merda... vai entender.
Mas aí vem o caso... se nós mesmos não nos dermos valor e pensarmos que somos só um ops, o que acontece? Vai virar bagunça...
Em relação ao egoísmo, sim, eu penso aquilo mesmo. NÃO EXISTE NENHUMA AÇÃO DESINTERESSADA NO MUNDO, SIMPLESMENTE NÃO EXISTE. NÃO. EXISTE. Se conforme e viva com isso.
Danish smile.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Bonita Aurélia

Gente, eu não posso entrar num ônibus que eu começo a pensar 25 mil coisas. Hoje não foi diferente.
Por exemplo, imaginem quantas histórias aquelas pedras bonitas do caminho não tem pra contar. Elas estão ali há centenas de anos, viram milhões de coisas passarem por elas, no espaço e no tempo, e nós não temos nem a mais remota ideia de nada disso. Casais apaixonados podem ter se encontrado ali, assassinatos, segredos, promessas... não só nas pedras, em todos os lugares que estão pelo caminho. Tão bonito isso e triste também. Sem contar a bagunça que vira minha cabeça tentando imaginar algumas dessas histórias perdidas.
Outra coisa da viagem de hoje foi eu ficar pensando nas pessoas que perdemos para a morte. Não sei vocês, mas eu sou meio inconformada e quando alguém que eu gosto morre eu fico imaginando que ela só quis dar um tempo de tudo e fingiu estar morta, mas na verdade está por aí escondida. Óbvio que isso gera sofrimento dobrado porque quando você, por um segundo que seja, pensa que a pessoa realmente está morta, a tristeza é maior, como se ela tivesse morrido de novo. Mas não consigo evitar o pensamento esperançoso.
Falta 20 dias para eu voltar pro Brasil. To morrendo de saudade de lá e de algumas coisas, mas não queria voltar! ): Sei lá, viu...
O que fazer quando você sabe exatamente o seu lugar mas não sabe como chegar lá? Óbvio que eu sei a resposta. (:
To cansada, tinha um monte de coisa pra escrever, mas to cansada. Cansada de gritar FIVE TIMES pros jogadores do Manchester United ontem. Mas to feliz pra burro, o que parece incomodar algumas pessoas. "Mirane feliz? Ah, só me faltava essa..." Tem gente que vem conversar comigo e quando recebe a resposta "bem" pra pergunta "como você está?" só falta perguntar "Por que? Como assim?" Óbvio que boa parte da culpa é minha por ter sido sempre triste e pessimista, mas não posso deixar de notar o desapontamento na fala de algumas pessoas. Antes eu desconfiava disso já... Mirane feliz é como vários elefantes, só queria saber o motivo, mas não importa. Ser triste é parte da pessoa que eu sou e sou triste mesmo feliz, não se preocupem, urubuzada!
Beijo pra mim, pra você e pra sucuri no seu nariz!

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Cellar Door

É normal pensar que nada vale a pena sem que isso seja um sinal de desânimo. Bem, acho que a palavra certa seria 'possível' e não 'normal'. Mas como identificar o limite? Deve ter alguma coisa que não entendemos direito, porque não faz sentido nenhum. Por exemplo, o que diferencia a memória de um fato real da memória de um fato imaginado?
Hoje assisti Liverpool x Bolton na TV e simplesmente não conseguia acreditar que eu estava lá e quando eu tentava lembrar... bem, nada nessa memória era diferente das memórias que tenho de todas as vezes que me imaginei lá. Então o que conta realmente é somente aquele momento e o que você sentiu nele porque isso jamais será recuperado, nem por fotos, nem por memórias, sejam elas de qualquer tipo.
É realmente triste de algum modo... um acontecimento como esse, pra mim, é de uma importância absurda, o que significa que não tem a mínima chance de se transformar em memória involuntária... e isso quer dizer que o que senti lá está perdido até que, sei lá. Talvez o céu seja nossas melhores lembranças. Isso me lembra o filme Depois da vida... nossa, eu iria dar tanto trabalho pra eles.
Outra coisa que sempre penso é: você conta uma história pra alguém, algo que te aconteceu quando você era pequena ou que nem mesmo aconteceu ou então você nem tem ideia se aconteceu ou não e se foi com você ou você só ouviu falar. Uma história que estava na sua cabeça exatamente daquele jeito que você contou, ou seja, ainda que tenha sido inventada em algum ponto, não é uma história feita com o objetivo predeterminado de enganar seu ouvinte... importa se essa história é verdade ou não?
Não estou defendendo as mentiras, mas se vocês já contam tantas... não é? Estou defendendo as histórias. Ninguém mais conta histórias...
Lembrei de uma coisa... ditados populares são tão engraçados às vezes, né?
To cansada de escrever, resultado de fazer as coisas na hora errada com a disposição errada, cercada pelas pessoas erradas.
Parafraseando meu amigo Bilbo... eu preciso de férias, férias bem longas, quem sabe permanentes.
Hoje (2 de setembro) faz 38 anos que o Tolkien morreu. Algumas pessoas não deveriam morrer.

domingo, 21 de agosto de 2011

A Long-expected Party

Toda vez que começo a escrever um post penso que deveria parar de escrever. Eu nunca consigo expressar aquilo que quero e isso me irrita, porque é algo tão legal ou importante ou, sei lá, perfeito e quando eu começo a escrever estraga tudo. Talvez seja melhor eu manter as coisas só pra mim ao invés de ter que contar tudo para os outros. Mas parece que dividir as coisas com as pessoas fazem elas se tornarem mais especiais ainda, embora sabe Deus se alguém anda lendo isso aqui. Não confio no contador de visitas do blog, ele é louco. Duvido que mais de 5 mil pessoas entraram aqui, isso porque o outro quebrou por volta das 5 mil visitas também... impensável... mas não é esse o ponto. Quando eu escrevo aqui ou no outro blog ou no twitter, na maioria das vezes (não todas), eu estou escrevendo pra mim mesma e não para os outros. Por isso que eu me irrito tanto quando surge algum comentário idiota, a primeira coisa que eu penso é "Mas eu te perguntei alguma coisa?". Claro que qualquer um pode dizer o que quiser, na hora que quiser e eu realmente gosto de comentários, principalmente de pessoas simpáticas que me entendem... mas você pode comentar também, afinal você nunca vai saber se eu te xinguei mesmo. (:
Vejam bem, a culpa não é de vocês, eu só sou muito irritada e se eu leio/ouço alguma coisa, QUALQUER COISA, quando eu estou irritada eu simplesmente perco a linha. Mas nada disso tem a ver com o que eu vim dizer.
Estou relendo O Senhor dos Anéis *-*
Ah, vocês estão cansados de saber o quanto o Tolkien e foda e um gênio e tudo mais, não preciso repetir, mas como ele consegue ser tão perfeito? Ele faz aquilo que eu já disse aqui de entender aquelas coisas que a gente sente mas que nunca consegue expressar. Ele descreve alguma coisa no livro e você simplesmente pensa "É exatamente isso!". Ele é incrível e tão perfeito que me deixa triste.
Bem, o último motivo foi o primeiro capítulo e título do post. Quando ele começa a descrever a festa do Bilbo... GOD! Isso me traz tantas lembranças... e sabe o mais engraçado? Eu já li esse capítulo umas 25 vezes (das 18 vezes de leitura normal e mais 7 de leituras abandonadas, mais ou menos) e embora sempre tenha sentido um sentimento de alguma coisa perdida nunca lembrei realmente o que, só hoje, na 25ª vez. Por isso que eu não entendo a cara de espanto das pessoas quando eu digo que li tal livro mais de 20 vezes, porque cada vez que você lê você encontra uma coisa diferente, que já estava ali, mas você não tinha percebido. Sério, isso é incrível! Eu poderia contar as várias coisas diferentes que encontrei em cada leitura do The Lord, mas ia demorar muito... então voltemos ao motivo de eu ter vindo aqui, né.
Então, quando o Tolkien começa a descrever a festa como uma grande diversidade de entretenimentos eu lembrei, dessa vez, das festas que tinha na minha cidade. Vejam bem, eu morava numa cidade bem pequena e lá costumava ter várias dessas festas e elas eram incríveis. Tinha as festas de Santo Reis (vou escrever exatamente como eu lembro de chamá-las e pouco me importa se está correto ou não), as de Natal e as do aniversário da cidade. Você saia de casa lá pela hora do almoço e ia para o lugar da festa que podia ser qualquer lugar: uma fazenda próxima, a praça, o campo ou mesmo a cidade inteira! Você comia a comida nas barracas, via apresentações e tinha música e brinquedos e muita comida e fogos de artifício. Geralmente a gente recebia visitas, meus tios, meus primos... e era tão divertido, tão legal! E aí eu me lembro de uma outra coisa que sempre me atormentou... quando eu era criança eu não conseguia nem imaginar o motivo, mas atualmente talvez eu tenha algumas ideias. Esses dias, durantes essas festas e toda essa alegria eram os dias mais felizes da minha vida. Eu lembro de pensar que aquilo era a alegria suprema. Lembro inclusive de um dia específico, durante um desfile, em que eu estava parada vendo todas aquelas coisas linda, com dinheiro no bolso pra comprar qualquer badulaque disponível ou qualquer doce diferente (sendo minha cidade tão pequena a gente só tinha acesso a essas coisas nessas ocasiões) e com as pessoas que eu mais gostava do meu lado (meus amigos e primos), minha tia do outro lado da rua com meu tio e os amigos deles. Eu devia ter uns 8 anos, eu acho, e lembro de ter pensado "isso é tão perfeito que eu poderia morrer agora pra ser feliz por toda a eternidade, não quero que isso jamais termine", mas dentro de mim eu tinha consciência de que, por mais inevitável que fosse ficar triste com o fim daquilo, no próximo ano ou na próxima festa aquilo se repetiria e, não se enganem, sempre se repetia.
Nesse momento entram duas observações, uma que diz respeito àquele momento e que é o que ia comentar antes, mas me perdi e outra que diz respeito ao que aconteceu depois.
O que me perturbava nesses momentos de alegria era que, imediatamente depois desse sentimento de felicidade plena, eu sentia uma tristeza profunda e inconsolável. Era ao mesmo tempo um tipo de culpa por me sentir tão feliz quando eu não deveria (eu tenho vários motivos pra achar isso, mas graças a Deus eles não são da sua conta) e também a sensação de que aquilo era um momento único e que no mesmo momento em que eu pensava aquilo, ele já tinha acabado, e não voltaria mais, nunca mais, e não havia nada que eu pudesse fazer, e ele estava perdido pra sempre.
Agora vocês podem imaginar o que eu senti quando li Proust e toda aquela história de memória voluntária e involuntária, né? Okay, isso não tem nada a ver...
A outra observação é que por mais que esses momentos tenham se repetido várias vezes, de formas diferentes, as coisas mudaram depois de um tempo e aí eu fico me perguntando: será que as coisas mudaram mesmo como todo mundo costuma achar (tipo "ah, antigamente era muito melhor por isso e isso"... btw eu nunca acreditei muito nisso e acho idiota quem fica usando esse tipo de comentário pra dizer "veja como eu sou diferente e consciente e vivi numa época melhor que a sua". As coisas mudam e se tornam diferentes, só isso. Não são melhores nem piores de um ponto de vista geral - se é que isso existe - além do seu) ou foi só eu que mudei? Óbvio que vocês já sabem a minha opinião. E tudo isso é tão triste, não é?
Outra coisa que eu sempre penso é por que eu estava pensando nisso aos 8 anos de idade? Eu sei que eu tive uma infância dificultosa, mas será que foi o suficiente pra me fazer completamente lesada desde pequena? Depois que eu fui morar com a minha tia (aos 4 anos) eu tive uma infância bem normal: brinquei muito, me machuquei, corri, cantei, nadei em rios, subi em árvores (morar na fazenda na infância foi a melhor coisa da minha vida), andei em tudo quanto é tipo de animal (uma vez tentei montar um bezerro e quase perdi a mão), li, contei e ouvi histórias... mas por dentro - e eu ainda me recuso a acreditar que os acontecimentos anteriores tenham sido os únicos motivos para isso - eu era... eu. O que eu quero dizer com isso é que eu estava completamente perdida e bagunçada. Eu pensava em coisas que uma criança jamais deveria pensar, eu pensava em coisas e tinha medo de coisas que ninguém no mundo merece ter. Eu me preocupava com coisas que eu não deveria ter que me preocupar nunca e pensava em coisas que nenhum ser humano deveria ter que pensar quanto mais uma criança. Por que? Talvez se eu tiver a resposta pra essa pergunta, talvez, um dia, eu consiga ser menos atormentada.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

I was born to kiss you

Rilke

Você que nunca chegou
em meus braços. Amado, que estava perdido
desde o começo.
Eu nem mesmo sei que canções
te agradariam. Eu já desisti de tentar
te reconhecer na onda agitada
do próximo momento. Todas as incomensuráveis
imagens em mim - a paisagem distante e profundamente sentida,
cidades, torres e pontes, e desvios inesperados
no caminho,
e aquelas terras poderosas que certa vez estiveram
pulsando com a vida dos deuses -
tudo se eleva dentro de mim para significar
você, que sempre me ilude.

Você, Amado, que é todos
os jardins que eu sempre contemplei,
ansiando uma janela aberta
numa casa de campo - e você quase
saiu, pensativo, para me encontrar.
Ruas em que eu ia parar por acaso, -
você havia acabado de descer e desaparecer.
E às vezes, numa loja, os espelhos
ainda estavam vertiginosos com sua presença e, sobressaltados,
devolveram-me a minha imagem demasiado repentina. Quem sabe?
Talvez o mesmo pássaro ecoou em nós dois
ontem, separados, à noite.

Rainer Maria Rilke

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

À sombra da montanha

Ai, ando pensando um monte de coisas...
Ontem quando fui dormir percebi o quanto eu to baleia. Mais que o normal. E aí, óbvio, pensei "preciso emagrecer, senão como o Agger vai gostar de mim..." (: Enfim, a questão é que eu pensei que precisava emagrecer. Aí, imediatamente depois pensei "Mas se alguém tiver que gostar de mim, tem que gostar de mim pelo que eu sou e não pela minha aparência. Na verdade não existe o gostar 'de mim' se não for aquilo que você é. Você pode se encantar ou ter sua atenção despertada por uma aparência, mas a menos que tenha alguma coisa boa pra preencher a casca bonita, não vale nada. A menos que o cara seja um idiota, óbvio." E aqui várias notas.
1. Eu sei, super clichê, mas é verdade. Inclusive tenho algumas observações muito interessantes sobre clichês no The Prince, mas nada de lá vem pra cá, sorry, a não ser algumas frases isoladas... mas é óbvio que eu posso mudar de ideia, já que é uma regra minha. Nossa, é por isso que minha vida é uma bagunça, eu sou muito... instável.
2. Okay, embora eu realmente ache aquilo, eu ainda quero emagrecer, não por ninguém, mas por mim. Não me sinto bem sendo uma baleinha, embora eu não veja problema nenhum nos gordinhos. Tenho várias amigas lindas que são cheinhas e eu morro de inveja delas, no bom sentido, porque elas não se importam, elas se sentem bem e é isso que vale. Eu não me sinto bem, pronto. Pode ter sido a sociedade capitalista moderna tardia ou a ditadura da moda, whatever, eu queria ser magra, reta, um palito e pronto. Mas não por ninguém, só por mim.
3. (Essa está mais relacionada à nota 2) Eu sei que quando alguém gosta de alguém o peso dela não importa, mas não vamos ser hipócritas aqui. Vocês, meninos, quando vão paquerar alguém, preferem as magrinhas e nem adianta fingir, fiz questão de fazer uma longa observação nesse sentido... (: Há algumas exceções, óbvio, embora eu também tenha notado que depende muito mais da atitude da menina do que propriamente sua aparência ou peso... OH HELL!!! Isso não tem nada a ver com o assunto.
Bem, o ponto é que, ultimamente, ao mesmo tempo que eu não to mais me importando com quase nada, eu estou me irritando muito mais facilmente. Tipo agora, eu poderia citar, no máximo, umas 20 pessoas no mundo todo, incluindo celebridades e falecidos... okay, talvez 40, mas voltando, de tudo e todos que existem no mundo, só 40 seres não estão me irritando agora. Eu odeio tudo e todos neste momento, tudo o que eu vejo à minha volta é inutilidade e gente tosca e, sei lá, gente sem senso que me faz querer sumir. Eu sei que provavelmente vocês pensam a mesma coisa de mim e eu nem sinto muito e afinal quem sou eu pra falar de inutilidades, né? 99% das pessoas que eu conheço acham futebol uma besteira sem sentido, quando é a coisa mais importante da minha vida e o outro 1% mais uns 54% daqueles 99 pensam que se preocupar com elfos, fadas, bruxos, unicórnios, os mortos nas grandes guerras e coisas inexplicáveis é tão inútil quanto passar 90 minutos (ou 120) vendo alguns caras correndo atrás de uma bola*. Sem contar as pessoas que acham ridículo perder tempo com filmes, séries, livros e etc. O que eu acho? Bem... cada um tem suas prioridades e a gente tem que aprender a respeitar, mas respeito é lenda, né... Mas quando eu falo de inutilidade não é nesse sentido. Por mais sem senso que eu ache um gosto de alguém, eu sempre me ponho no lugar da pessoa. Tipo, eu não gosto e não entendo quem se dedica tanto à moda, por exemplo, embora eu ache lindo e tal, mas eu não consigo ver a importância que as pessoas que amam isso vêem, mas aí eu penso "Deve ser como é o futebol pra mim" e aí eu tenho uma noção do que significa e eu consigo respeitar com mais seriedade. Algumas pessoas deviam tentar isso, viu.
Mas o caso é que eu ando extremamente sem paciência e as pessoas me cansam profundamente. Wait, não terminei o que queria dizer lá atrás, o tipo de inutilidade... é que eu não sei explicar, mas é algo do tipo (e talvez eu esteja vendo coisas onde não tenha) todo mundo achar que é melhor que os outros em algum sentido. Eu sei escrever, eu sei inglês, eu tenho amigos, eu tenho namorado, eu tenho pais (acredite, tem gente que esfrega isso na cara dos outros como se fosse um prêmio ou talvez eu seja só recalcada porque os meus abandonaram, vai saber), eu comi pizza, eu moro em São Paulo... e por aí vai... Provavelmente eu devo fazer parte disso, embora seja inconsciente, embora talvez em alguma medida eu seja do tipo que reclama de coisas que eu mesma faço. Talvez o que eu mais odeie seja exatamente as coisas que eu mais faça, mas se assim for, não muda nada, já me odeio o suficiente. O que me leva à suposição de que talvez as outras pessoas façam isso inconscientemente. O fato é que por maior que tenha sido o meu esforço ultimamente (e acreditem tem sido bem grande) em entender certos comportamentos, mais irritada e desesperançada eu fico. Mas eu tenho certeza de uma coisa: eu tenho certeza que eu seria a pessoa que eu mais odiaria no mundo se eu me conhecesse, porque por mais que eu me odeie e tenha consciência da minha insuportabilidade, eu estou com a visão interna da coisa. É diferente. Por isso que eu digo: se alguém aí realmente gosta de mim, de verdade, parabéns e muito obrigada! Você é um herói ou louco/a.
Isso tudo me leva a outro pensamento: o que será que as pessoas pensam? Tipo, tem alguém que eu não suporto; a pessoa é falsa, nojenta, metida, mentirosa e acha que a sensação do mundo. Embora eu não goste dessa pessoa, eu trato a criatura com educação, na maioria das vezes, porque é contra os meus antigos princípios ser deliberadamente e diretamente grossa e mal educada. Vocês devem ter percebido que geralmente eu funciono a base de indiretas, o que é bem desagradável, gostaria de poder dizer exatamente o que eu penso diretamente para as pessoas, mas paciência, acho que isso é um mal geral. Aí eu sempre agi assim com essa pessoa que eu não suporto, o que me faz ser uma pessoa falsa, já que eu estou tratando bem alguém que eu tenho vontade de tratar mal, mas não consigo. Mas é que se a pessoa te fala oi e conversa com você, não ter porque você ser grossa e mal educada, não é? Não é exatamente falsidade. Mas o fato é que tem coisas em algumas pessoas que me fazem desgostar delas e eu sei, não se iludam, que a maior parte dessas pessoas tem o mesmo sentimento por mim. Só que aí eu penso, eu acho essa pessoa metida e falsa e nojenta, mas ela acha isso de mim e ela acha que está certa e eu acho que estou certa, mas no fim, quem está certa? Tudo isso volta à questão já apresentada aqui do ponto de vista e das versões.
Por que tudo tem que ser tão confuso?
Mudando de assunto, acabei de assistir um episódio do Castle em que eles investigam a morte de um cara que "era vampiro"... tinha implante de presas e se vestia de preto e etc... ele desenhava quadrinhos e tinha vários desenhos de uma mulher, como um anjo, mas em cenários de violência... ele desenhava a mulher desde pequeno, mas não era simples imaginação, a mulher existia e o corpo dela tinha sido encontrado dois anos antes desse cara morrer. A mulher tinha morrido 18 anos antes, mas ele já desenhava ela antes de encontrarem o corpo. Não vou contar o desfecho, vai que vocês assistem e tal... Mas meu ponto em tudo isso é: em algum ponto a detetive Beckett fala com um psicólogo e ele fala que o cara deve ter tido algum tipo de contato com algo perturbador, um assassinato, um corpo, etc., quando era pequeno pra se voltar pra esse tipo de desenhos e atividades (ser vampiro e macabro...). Aí pensei "Será que eu vi algum elfo quando eu era pequena pra me voltar para os tipos de atividade em que estou envolvida?" (:
Obviamente os psicólogos tem uma explicação diferente pra isso, mas eu não ligo. A minha é muito melhor.

*Sério, como alguém pode pensar isso?

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Tá, mim não conjuga verbo, E DAÍ?

Mano, eu fico puta com esse povo nojento do twitter que fica corrigindo os outros, achando que é melhor que os outros só porque conhece a norma culta da língua portuguesa.
Ok, amigo, vamos conversar!
Em primeiro lugar você tem que saber que dizer pra uma pessoa 'vai aprender a escrever' é a mesma coisa que dizer para as crianças da África que estão morrendo de fome 'vai comer'. Ou seja, SE ELAS PUDESSEM ELAS JÁ TINHAM FEITO ISSO, RETARDADO!
As pessoas não escrevem errado porque elas querem e quem faz isso, eu aposto, você acha engraçado, não? Agora já passou pela sua cabecinha que se a pessoa tá escrevendo errado é porque ela não sabe e você ficar rindo dela e chamando ela de burra não vai adiantar nada?
Eu sei que se você teve uma formação escolar/acadêmica/whatever esses erros incomodam, me incomodam também, mas isso é problema delas! A não ser que você esteja tentando ajudar de alguma forma, cala a porra da boca!
Mim odeia gente assim!
E aí? Eu acabei de colocar um mim pra conjugar um verbo, vai vir me chamar de burra, analfabeta? Ah, mas dirá você 'mas você sabe que não é assim, você fez de propósito' POIS É AMIGO, ESSE É O MEU PONTO!! AS PESSOAS QUE NÃO FAZEM DE PROPÓSITO FAZEM PORQUE NÃO SABEM!
Eu fico absurdamente indignada. E eu juro que eu preferia ter um filho "burro" que não soubesse escrever direito do que um filho idiota que fica corrigindo os outros!
Você pode saber a diferença entre 'mau' e 'mal', mas aposto que quem não sabe é um ser humano muito melhor que você!
Agora me diz, qual é o seu ponto ao dar pití corrigindo os outros e chamando eles de burro? Melhorar o mundo? Ou simplesmente querer mostrar o quanto você é inteligente e conhece a norma culta do português? Amigo, uma novidade: a norma culta é SÓ UMA das variantes da língua portuguesa. E o fato de você conhecer e outra pessoa não, não faz de você um ser melhor que ela.
Outra coisa: a língua é, antes de tudo, uma forma de comunicação e se você está corrigindo alguém é porque você entendeu o que ela queria dizer e se você entendeu POR QUE TÁ CORRIGINDO? O twitter é uma rede social, não uma tese acadêmica!
Ninguém vira pra alguém e fala "ah, você está sorrindo errado" ou "não é assim que gesticula, seu burro!". Óbvio que se você não consegue entender o que a pessoa tá falando/escrevendo isso é um problema, mas não é esse o caso, né...
Agora se você só faz essas palhaçadas porque você é um amante da língua portuguesa e não quer que ela seja assassinada... VAI TOMAR NO MEIO DO SEU CU! Mais assassinato do que escrever errado é usar a língua como julgamento, preconceituosamente, pra rebaixar os outros, por mais gramatica e ortograficamente correto que esteja!
Bando de idiota!

Nada de aproveitável

Essa noite fiquei pensando um monte de asneiras e, óbvio, não dormi direito... Opa, troquem 'noite' por 'dia'...
Enfim, pensando essas asneiras lembrei de quando eu era bem novinha (uns 7 anos, acho) e estava voltando pra casa da escola, de perua (eu morava no sítio), e aí, sabe Deus o motivo, comecei a pensar em perguntas. Neste dia cheguei à conclusão, no ápice da sabedoria dos meus 7 anos, de que existia dois tipos de perguntas: as que a gente sabe a resposta e as que a gente pode não saber a resposta. Bem, o que eu queria dizer com isso? É que eu achava que perguntas do tipo 'Qual é o seu nome?', 'Quantos anos você tem?' eram os tipos de pergunta que a gente tinha que saber a resposta e perguntas do tipo 'Qual a capital do Suriname?' ou 'Quem é o atual presidente da Rússia?' eram perguntas que eu poderia saber a resposta, mas não tinha obrigação. Cada coisa, né... mas eu me divirto lembrando essas coisas.
Bem... aí ontem eu estava pensando coisas desse naipe, coisas que pra mim tem diferença, embora uma diferença quase imperceptível e talvez inexistente para mentes que estão demasiadamente trancadas.
Por exemplo o possessivo 'meu'. Embora ele tenha um significado claro, de indicar que alguma coisa é minha, me pertence, quando a gente fala, tem uma sutil diferença de um caso para outro. Se você diz 'meu livro', quer dizer que o livro é seu, ele te pertence, você é dono dele. Mas quando você diz 'meu irmão', não quer dizer que ele te pertence... entende? Você não é o dono dele e embora ele seja SEU irmão é diferente do caso do livro.
Outro caso mais interessante ainda: a gente tem mania de falar 'meu livro favorito é...', mas qual o sentido de 'meu' aqui? Assim, eu tenho um Silmarillion (vários, na verdade) e esse é o meu livro favorito. Mas O Silmarillion não é meu, é do Tolkien. Eu tenho um exemplar só... e eu posso dizer que aquele livro é meu, mas a obra O Silmarillion não. Percebem que o 'meu' nesse tipo de frase tem um sentido bem diferente, então a frase 'meu livro preferido' quer dizer 'entre os livros que existem o que é preferido por mim é...'.
Aí pensando nisso pensei na diferença que tem, por exemplo, entre eu dizer 'meu livro' (em relação ao Silmarillion) e o Tolkien dizer 'meu livro'. Legal, né?

sábado, 30 de julho de 2011

Seu Lili

Filho: - Pai, tenho uma confissão a fazer. Sou gay.
Pai: - Ser gay não é pecado pra ter que ser confessado. Mais acertado você me dizer que tem um comunicado. Ou você se sente culpado por ser gay?
Filho: - Não!
Pai: - Ótimo!
Depois de uma pausa...

PORQUE EU PREFIRO TER UM FILHO VIADO DO QUE UM FILHO QUE SE SENTE CULPADO POR SER GAY.

Asas

- Se me der asas, voarei para longe e se me prenderes, morrerei.
- E se não te prender, mas também não te der asas?
- Sairei andando sem olhar pra trás.
- Então vou te perder, não importa o que eu faça?
- Não. Eu já estou perdida há muito tempo.
- Então posso te procurar e tentar te encontrar?
- Não.
- Por que não?
- Porque eu vou me esconder até o último dos meus dias.

domingo, 17 de julho de 2011

AHH!!!! VOCÊS ME DEIXAM LOUCA!!!!!

Então, gente, esse post provavelmente vai ser bem confuso e tentarei abordar alguns tópicos que tentarei enumerar aqui pra não me perder muito.
1. Novo filme do Harry Potter
2. Fã de Harry Potter que acha que os filmes são perfeitos.
3. Fã de Tolkien que diminui Harry Potter.
4. Esses filmes e o Oscar.
5. Minha posição literária sobre o assunto.
6. Minha posição como fã.
Okay, isso vai dar tabalho, então tentarei começar apresentando a relação que algumas cabeças fazem por aí, ou melhor, os tipos de grupos que existem por aí.
Primeiro tem o grupo desprezível de gente que acha que Harry Pooter e Tolkien é tudo a mesma coisa e tudo historinha de criança que não merece respeito. Bem, você é um idiota!
Aí tem o grupo de pessoas que gostam das duas obras, mas ainda acham que é tudo a mesma coisa, continua sendo idiota em algum sentido.
Primeiro que NENHUMA obra é A MESMA COISA que outra, mesmo que tenham várias semelhanças. NÃO É A MESMA COISA!
Segundo, quem fala isso demonstra uma falta de conhecimento absurda das duas obras.
Terceiro, vir com esse papinho de literatura infantil ou infanto juvenil é ridículo. Pelo amor de Deus, se você pretende se meter com o assunto pelo menos tenha a decência de saber do que está falando, ou seja, vá ler alguma coisa sobre isso, posso indicar muitas coisas, se quiser.
Então vamos lá, iniciemos os tópicos (se bem que acho que já to me adiantando e confundindo tudo) partindo do preceito de que tanto Harry Potter quanto a obra do Tolkien são obras únicas, que jamais pretenderam ser relacionadas e que ambas são literatura e merecem respeito como obra de arte.
Ok. Tópico número um, então: os filmes.
Os filmes do Harry Potter sempre foram bem fraquinhos, em todos os sentidos. Minha opinião, claro, tem quem ache os filmes incríveis e isso é completamente natural. Mas o que eu quero dizer com "fraquinho em todos os sentidos" é: os filmes não são bons como adaptações e não são bons como obra cinematográfica. Vejam bem, eu adoro o quarto, o sexto e a primeira parte do sétimo e, de certa maneira, os outros também, mas simplesmente pelo fato de ser a adaptação de livros que eu amo. Mas se eu deixar de lado o sentimentalismo (o que é impossível, eu sei) e prestar atenção só no resultado (tanto como adaptação quanto "só filme"), eles são péssimos!
Neste momento, certeza, vários fãs de Harry Potter devem estar me xingando até a sétima geração, mas calma! Eu amo Harry Potter, MUITO, também fiquei triste no último filme e chorei até, mas ele é uma merda!
Tá... não é uma merda, mas sério mesmo que vocês REALMENTE acham que aquele filme merece o oscar de melhor filme? Nenhum sentimentalismo do mundo explica isso. Achar que ele pode ganhar tudo bem, já que a academia é uma piada, mas achar que ele MERECE? Um oscar de efeitos especiais ou outro assim até vai, mas melhor filme? Por favor... Ele não é nem o melhor dos 8.
Aí aqui entra vários pontos complicados.
Não é que eu seja contra a academia premiar filmes do gênero com os prêmios principais, mas é que não merece mesmo! Por exemplo, O Retorno do Rei... MANO! O filme era perfeito! Independente de eu ser doente pelo Tolkien e tal (eu nem acho os filmes uma grande adaptação, embora muito melhores que as do Harry), aqueles filmes são um primor! Talvez se Harry Potter tivesse sido feito por um diretor tão apaixonado pela obra quanto o Peter Jackson era pelo O Senhor dos Anéis os filmes tivessem ficado tão incríveis quanto a trilogia do The Lord.
Eu sei que vocês devem achar que eu digo isso porque eu amo o Tolkien, mas não é! Assiste a porra do filme, compara pra ver, como filmes, só como material cinematográfico... depois diz que eu to errada.
A partir disso mais dois assuntos chatos. Provavelmente os fãs mais ortodoxos de Harry Potter devem estar me odiando. E eu digo, vai tomar no meio do seu cu, eu amo Harry Potter tanto quanto você! Aí eles podem dizer "De jeito nenhum, Harry Potter é minha vida!" Ok! Bom pra você, sem ironias. Eu não tenho culpa se o Tolkien já tinha se apropriado da minha vida antes, mas eu garanto que meu amor por Harry Potter vai bem mais além do que a febre de muitos "fanáticos" por aí.
Não vou fazer uma lista daquelas que fiz no blog de futebol pra provar meu amor por Harry Potter, mas vou dizer só duas coisas pra mostrar que, em momento algum, estou dizendo essas coisas do filme porque tenho implicância com a obra (e eu até estou parando de não gostar da Rowling).
Eu acredito em Harry Potter. Não no sentido bonito e metafórico do termo. Eu acredito de verdade, no sentido "eu sei que Hogwarts existe assim como tudo o que foi contado ali é verdade e o fato de eu não poder ver não significa que seja mentira".
Por que ao invés de se preocupar em acreditar se o filme vai ganhar oscar ou não você não se preocupa em acreditar se o Beco Diagonal está em alguma rua de Londres? Muito mais produtivo!
Outra coisa, eu tenho o símbolo das relíquias da morte tatuado em mim, isso não é brincadeira, é pra sempre! Então por favor, não venha me tratar como se eu fosse uma simples "implicadora", o que eu sou é uma fã exigente que preferia que os filmes tivessem sido bem feitos e não me contento com pouca bosta!
Agora o bicho pega! Fãs de Tolkien que ficam se doendo com Harry Potter e acham que precisam "se defender" e começam a diminuir a obra. Sinceramente, vão se fuder!
Já disse isso várias vezes aqui e no twitter. Tolkien é Tolkien, não tem nem que ser comparado. Você ficar perdendo tempo com esse tipo de comparação só mostra que VOCÊ acha que precisa comparar pra mostrar a superioridde do Tolkien, como se isso fosse uma dúvida. NÃO É! Qualquer pessoa com cérebro que conhece a obra do Tolkien sabe que o que ele fez dificilmente pode ser repetido. Ele é foda, único e pronto! Não estou diminuindo Harry Potter, dentro do que ele se propõe ele é perfeito. E diferente. Não tem nada a ver com a obra do Tolkien a não ser o fato de ambos serem Fantasia. Agora como fã de Tolkien e Harry Potter eu fico puta com "fãs" de Tolkien que começam a dizer que os leitores de Harry Potter são retardados e "menos inteligentes". Ah, vão se fuder!
Tolkien é perfeito? É. Um gênio incomparável? É. Mas as pessoas não são obrigadas a pensar como você e elas tem direito de escolherem o que vão eleger como a sua obra preferida e você não tem nada com isso. Harry Potter não é, em nenhum sentido, literariamente falando, inferior à obra de Tolkien e os leitores de Harry Potter, em nenhum momento, estão ofendendo o Tolkien ou dizendo que ele é ruim ao preferirem Harry Potter. É uma questão de gosto, escolha. Eles preferem o estilo da Rowling ao do Tolkien e pronto! Isso não é problema seu!
Óbvio que tem os idiotas que são fãs de Harry Potter que ficam falando mal do Tolkien, e eu digo: VÃO TOMAR NO MEIO DO SEU CU!
Primeiro, vão ler Tolkien. E como eu disse, vocês tem todo o direito de preferir Harry Potter, mas respeitem o cara que tornou a existência de Harry Potter possível, trazendo a Fantasia pra literatura.
Segundo, olha o que o Tolkien fez! Por mais que eu ame Harry Potter e o ache genial e perfeito, ele é muito menor (no sentido de tamanho mesmo, não de qualidade) que as criações de Tolkien.
Estava pensando ontem que se a Rowling escrever Hogwarts, uma história, o que ela estará fazendo é mais ou menos o que está no "Conto dos Anos", nos apêndices do SdA. Ou seja, ela está infinitamente distante de chegar perto da grandiosidade daquilo que o Tolkien criou. Não porque ela seja pior que ele, é que realmente não dá. Como eu já disse, são obras diferentes e únicas e cada uma delas tem as suas necessidades. A Rowling não precisa fazer o que o Tolkien fez pra ser incrível, ela já é. Então, por favor, vamos parar com a putaria de ambos os lados. Fãs de Tolkien, parem de graça e deixem os fãs de Harry Potter em paz! E fãs de Harry Potter, não sejam ridículos falando mal do Tolkien, fica feio pra vocês!
Eu, com fã de ambos, digo que os dois são incríveis e perfeitos (já fiz um post sobre isso aqui, se quiser entender melhor, leiam). Amo Harry Potter, MUITO, mas minha vida é o Tolkien.
Era mais ou menos isso que eu tinha pra falar.

domingo, 10 de julho de 2011

Coisas que fazem (TODA) a diferença

Esse é um daqueles posts em que eu não posso ser 100% sincera, porque não posso falar sobre isso que queria. Mas algumas coisas fazem toda a diferença. Eu até desconfiava, mas tive certeza por esses dias... enfim!
Hoje à noite to indo pra Portugal. Volto em outubro. Mudar um pouco de ares, quem sabe eu melhoro um pouco né? (:
Muito obrigada a todos os lindos que me desejaram boa viagem. Beijo pra vocês.
Queria dizer mais coisas, mas tenho um monte de coisa pra arrumar ainda e to sem internet em casa... ):
Adeus, pois!

sexta-feira, 1 de julho de 2011

What about me?

Não é ridículo quando você já desistiu de tudo e alguma coisa considerada absurdamente boba te faz ter um pingo de esperança? Principalmente quando se sabe antecipadamente que essa esperança será... desperdiçada.
Mas nenhuma esperança é desperdiçada. A parte boa de ter esperança não é a realização do que esperamos, mas o ato de esperar alguma coisa, não é? Eu acho... por isso que é tudo tão difícil quando não se tem esperança alguma.
Qual é a razão de qualquer coisa? Eu não consigo nem verbalizar a pergunta.
Eu queria conseguir falar aquilo que eu to pensando, mas no fim o que acaba acontecendo é eu ver aquilo que eu penso expresso por outras pessoas, seja em livros, filmes, frases...
Alguém de vocês já teve a impressão que está sendo brilhante em alguma coisa interna, mas simplesmente não consegue transmitir nem sombra disso? Pois é...
Algumas coisas me assustam, percebi isso lendo 2666, do Bolaño. E eu não sei explicar o que é... sabe a falta de coerência no comportamento de alguém? Pois é... não a loucura. Loucura é familiar. Mas sim presenciar algo que é o seu maior medo, mas o desejo de outra pessoa. Se não o desejo, ao menos uma confortabilidade não imaginável com determinadas situações. Não fui clara. Não consigo explicar. E às vezes imagino que posso representar isso, o que é mais perturbador ainda.
E quando as pessoas distorcem o foco. Isso me irrita profundamente. Mas eu acabei de fazer isso. Não distorci o foco do post, já que ele não tem foco algum, mas o foco do pensamento. E me perdi.
É tão claro. Duas histórias distintas. Duas. Por que misturar tudo? São duas coisas importantes, relacionadas, mas diferentes. Tão simples.
Me lembrem, por favor, de jamais ter certeza de nada. Nada é certo. As coisas podem mudar em segundos, embora, talvez, haja uma certa constância.
E dessa vez eu não estou sendo pessimista ou otimista, estou só dizendo.
Aproveitando esse momento, sinto muito por ser eu. Eu sei que sou ridiculamente insuportável e imagino o esforço que é gostar de mim. Mas algumas pessoas continuam...
Óbvio que nada disso vai fazer sentido nenhum daqui alguns dias, talvez daqui algumas horas ou minutos. Eu me arrependo da maioria das coisas que digo ou escrevo, mas acho que deve ser assim. Em cada post eu cristalizo um estado de espírito que talvez nunca mais se repita. E eu gosto de me lembrar como me senti em relação a certas coisas, certos dias. Mesmo que me arrependa depois.
Além de pensamentos aleatórios, duas coisas me "fizeram" escrever hoje. 2666 e Lost.
Prometi um post sobre Lost quando terminou... estou fazendo agora.
Sim, acabei de assistir agora. Mais uma vez.
Como série de TV aceito todas as críticas que você possa ter, se você assistiu as 6 temporadas completas. Mas como um meio de compreender as coisas, os pensamentos, Lost é perfeito pra mim, por isso, não! Não aceito sua crítica em relação a isso. Principalmente porque eu não tenho que aceitar nada. Essa é a sua opinião e ela não vai mudar a minha. Não porque eu seja cabeça dura, embora eu seja. Mas porque você sabe que Lost te diz alguma coisa que você não consegue entender bem, algo que está ali escondido - seu teor de verdade, diria Benjamin (Walter, não Linus) - isso te incomoda. Me incomoda também, tremendamente. Mas me encanta. Lost diz alguma coisa sobre o mundo, as pessoas, a vida, de uma forma inacreditavelmente fácil de absorver, mas impossível de expressar. Independente de qualquer crença que os interpretatistas de plantão possam encontrar lá. É algo além disso.
Em tempo, devo dizer pra quem assistiu e não gostou ou pra quem ainda não assistiu e vai assistir, na verdade, pra todos: Lost fala sobre pessoas, não sobre uma ilha. Sobre pessoas numa ilha, se você preferir, mas o foco não está aí. Está no que passaram juntos, independente do lugar (e isso é bem óbvio se você prestar atenção no que o Christian diz). E se você quiser encontrar algum teor factual aí, definitivamente não é a ilha.
No fim esse vai ser o post sobre Lost que prometi há séculos. Embora não seja de forma alguma algo que faça justiça ao que eu sinto quando vejo aquele último episódio.
Quanto ao 2666... bem, tem a ver mais com aquele medo que já falei. Citarei em um post futuro (talvez em breve, talvez nunca) alguns trechos.
Acho que é melhor parar por aqui ou falarei mais que o permitido pela sanidade.
What about you?

domingo, 26 de junho de 2011

Porque você não é mulher de bandido pra ser obrigada... só não precisa fingir!

Esse é um conto ficcional e qualquer semelhança com a realidade não é mera coincidência já que ele faz parte da realidade, sua anta!

A vida, a nossa existência, o mundo, nada disso é justo e todo mundo sabe disso. Se você ainda não sabe vai descobrir logo. Mas não podemos esconder o fato de que por mais preparados que estejamos para nos decepcionar sempre ficamos tristes quando isso acontece. A dúvida que fica é: quantas vezes uma pessoa precisa ter esperança e se decepcionar para desistir de vez de ter esperanças? Não sei. É óbvio que as pessoas são diferentes. Mas como você pode se lembrar desse detalhe quando todas as pessoas que você conheceu, que se diziam suas amigas, fizeram exatamente a mesma coisa com você, independentemente de suas particularidades que a as definem como seres únicos no universo?
Vejamos abaixo um exemplo do que estou tentando explicar, mas antes peço que o leitor leve em consideração mais um fato que é muito importante, ainda que muitas pessoas use a palavra e o conceito indiscriminadamente: tristeza ou decepção não é depressão. Depressão é uma doença, não se cura com cerveja nem com animação de festas. Um desânimo ocasional, que é muito confundido com a doença que acabei de citar, pode até ser, mas não depressão. Uma pessoa com depressão não precisa de lição de moral ou mensagens de ajuda, ela precisa de amigos! Amigos que ligam pra ela ao menos uma vez por semana pra saber como ela está, amigos que mesmo sabendo que a pessoa está triste e que não pode fazer nada está lá do seu lado. Não "amigos" que fingem se importar só pra dizer "bem, eu tentei..." Nesse caso, saiba, você só conseguiu piorar a situação.
É... acho que não vou conseguir manter esse conto tão ficcional quanto eu queria, afinal só mesmo uma pedra não perceberia que estou falando de mim mesma.
O caso é que eu sou uma pessoa triste normalmente e às vezes fico mais triste que o normal e é um saco! Mas para minha infelicidade eu tenho depressão. A doença. Aquela diagnosticada pelos médicos e que você tem que tratar, embora eu nunca tenha visto nenhuma utilidade no tratamento...
Mas uma coisa que eu percebi nessas minhas "crises" da doença é que você precisa de alguém do seu lado pra te ajudar a superar, você não consegue isso sozinha e sempre, SEMPRE! quem esteve do meu lado era quem eu menos esperava. Porque eu sou burra o suficiente pra acreditar nas pessoas que me dizem "eu sempre vou estar do seu lado" ou "eu não vou te abandonar". Por que eu sou tão burra assim é outro assunto, mas o que eu não consigo entender de jeito nenhum é por que as pessoas mentem em relação a isso. Por que você diz pra uma pessoa que vai estar do lado dela quando ela precisar se você não planeja realmente fazer isso? E sabe o que é pior? A maioria das pessoas que me dizem isso, chorando ou sorrindo, sempre são as primeiras a me abandonarem. Por que, exatamente?
Sim, eu perdi muito tempo pensando nisso porque já aconteceu várias vezes e eu não consigo entender. Não consigo acreditar que a pessoa tenha mentido deliberadamente pra mim. Vejamos um diálogo para exemplificação. Imagine que essa é a décima segunda vez que isso acontece com a mesma pessoa e, por favor, pra não haver confusão, procure no google os sintomas da depressão pra você entender que não é má vontade da pessoa não querer sair de casa:

- Oi, Fulana, como você tá?
- Ah, não muito bem, você sabe...
- Ah, que pena, queria poder fazer alguma coisa...
- Ah, eu sei, mas não há nada que você possa fazer (na verdade há, você pode vir na minha casa me fazer companhia mesmo que eu diga que não precisa, você pode me ligar pra saber como eu estou...)
- A gente tá pensando em dar uma saidinha hoje, você não quer vir?
- Não...
- Mas você tem que sair, não adianta ficar em casa.
- Assim como não adianta sair...
- Mas você não pode pensar assim!
- Eu sei, mas não posso evitar.
- Ok então, tchau!
- Tchau! Bom passeio...

Muito provavelmente depois dessa conversa a pessoa que fez o convite vai dizer pra suas outras amigas "Nossa, a Fulana tá chata hein! Não quer mais sair com nós, já chamei ela várias vezes... bem, eu tentei, não posso fazer mais nada..."

Vale lembrar ao querido leitor que essa é a mesma pessoa que repetiu várias vezes que jamais abandonaria a Fulana quando ela precisasse, mesmo quando a Fulana disse que não era assim tão simples, que ela ficava chata e insuportável quando doente e que todos se afastavam e ela entendia. Mesmo depois de a Fulana dizer que ninguém precisava prometer nada, já que elas não sabiam o quão insuportável era aguentar alguém com depressão.
Sim, eu entendo esse tipo de atitude e não culpo ninguém por se afastar, porque ninguém é obrigado. O que realmente me incomoda é: por que você promete uma coisa que você não tem intenção de cumprir? Você não é obrigado a se importar comigo e minha maldita doença, mas por que você me prometeu que estaria do meu lado quando eu precisasse se não você não planejava realmente fazer isso? Por que? ),:
É claro que você pode dizer "as pessoas são diferentes, se importam de maneiras diferentes". Concordo! Mas eu não consigo imaginar alguém realmente se importando sem nem ao menos falar comigo.
Nesses últimos meses eu passei pelos piores dias da minha vida. Você que se diz meu amigo sabia disso? Você que se diz meu amigo ligou AO MENOS UMA VEZ no último mês pra saber como eu estava? Ou deu uma passadinha rápida na minha casa pra saber? Você ao menos sabia o quão mal eu estava? E o pior: essas mesmas pessoas que me viram as costas encaram como ofensa pessoal o fato de eu não querer sair de casa ou não fazer nada além de dormir.
Enfim, eu realmente perdi a paciência com todo mundo que já fez isso comigo. Isso não é uma indireta ou nem mesmo uma direta. Isso vai pra 99% das pessoas que eu conheço e que tem a cara lisa de se dizer meus amigos ao mesmo tempo em que estão me virando as costas. É isso que você tem que parar de fazer!
Como eu já disse um milhão de vezes, você não é obrigado a se importar e não precisa fingir, por favor! Você só piora as coisas fazendo isso.
E se você está lendo esse post e nem é meu amigo mas tem um amigo com depressão, saiba: depressão é DIFERENTE de tristeza. E seu amigo precisa da sua companhia, mesmo que ele diga o contrário! Seu amigo precisa saber que você se importa com ele e mesmo você não podendo fazer nada, só de você estar do lado dele, quieto, já é de uma ajuda indescritível!
E se você não consegue entender essas coisas que eu falei, bem... paciência!
Ainda aqui queria agradecer as pessoas que estiveram do meu lado nesse tempo até aqui. Essas que eu nem esperava, mas que apareceram ou voltaram. Obrigada!

Post ultra pessoal e, sob alguns pontos de vista, desnecessário e que não saiu de forma alguma do jeito que eu queria, mas é isso aí!

sábado, 11 de junho de 2011

Aquilo que você não pode me tirar

Acabei de assistir Miss Potter. O que me fez pensar em várias coisas.
Primeiro. É um orgulho enorme saber que faço parte desse tipo especial de pessoas com uma imaginação fora de controle que se diverte criando as mais absurdas histórias. Seja pro bem ou pro mal, faço isso o tempo todo. Posso não me tornar uma grande escritora, mas pelo menos eu tenho esse dom de criar alguma coisa que, embora baseada em toda experiência e reflexão, está além disso.
Não se trata aqui de ser ou não um escritor bem sucedido. Trata-se de conseguir criar.
Não, essa não é uma desculpa antecipada para meu futuro fracasso como escritora.
Embora eu adoraria que as pessoas conhecessem as histórias que eu invento (e são muitas), eu não escrevi nem a metade e eu sou uma péssima contadora delas. Se bem que a Ludmila adora. Mas o fato é que, ainda que ninguém leia ou conheça essas histórias, eu conheço. Elas me fizeram companhia, me trouxeram esperança, em várias ocasiões. Meus personagens são meus amigos e estão comigo quando todos os outros parecem me abandonar.
Prestem bastante atenção, pois não é sempre que vocês encontrarão um post em que eu esteja falando algo bom de mim e, óbvio, tudo depende do meu humor.
O fato de inventar histórias o tempo todo (e com isso quero dizer exatamente O TEMPO TODO - vocês não fazem ideia de como elas ficam borbulhando na minha cabeça) já foi encarado por mim como algo muito ruim. Ainda é, às vezes, quando eu acredito que acabei me iludindo demais a partir das coisas que criei. É algo que pode acontecer. Comigo quase sempre, mas quando não se tem nada acho que vale a pena um pouco de sofrimento por alguns segundos de pura alegria desinteressada (que consigo com o futebol também, às vezes).
O fato é que quando alguém me perguntar se tem alguma coisa que eu me orgulho em relação a minha insuportável pessoa, eu devo me lembrar disso: eu invento coisas. Eu invento histórias e mundos e animais e pessoas.
Na verdade tem mais algumas coisas de que me orgulho em mim e que acho que vale a pena comentar.
Para começar, meu amor e dedicação pelas coisas que eu amo. Sim, sou extremamente exagerada às vezes, mas eu sou assim. Se não se pode derrotá-los, junte-se a eles. Façamos disso algo bom.
E também tem uma coisa que, assim como o fato de inventar histórias, eu já encarei como algo ruim: minha ingenuidade frente a algumas coisas, que algumas pessoas poderiam chamar de "ignorância" ou simplesmente adotar a palavra 'ingenuidade' em um sentido ruim.
Por exemplo: cinema e literatura.
Sim, tenho uma formação que "me obriga" a "desmontar" as obras literárias e analisá-las. Sempre se ouve por aí dos estudantes de Letras que eles nunca mais conseguiram ler um livro do mesmo jeito que antes de entrar na faculdade.
Deus abençoe minha ignorância!
Não mudou nada para mim. Nadinha. Mal consigo analisar uma obra quando sou obrigada e se tal obra é alguma que eu gosto, choro desesperadamente dizendo que pouco me importa se o narrador é em terceira ou primeira pessoa desde que o Anel seja destruído.
É isso que deve importar! Sempre. Não importa qual a sua formação.
Deus sabe o esforço que ando fazendo para aceitar opiniões que considero absurdas mas que ainda assim existem. E se você usa bons argumentos, ainda que eu não concorde, vou respeitar sua opinião. Como por exemplo Benjamin e toda a sua visão sobre a crítica de arte. Não concordo absolutamente com nada, mas respeito e admiro sua teoria. Se eu achasse que a crítica deveria existir certamente seria a crítica como vista por ele.
Mas eu não acho.
Óbvio que minha opinião não vale e não muda nada no mundo e chega a ser engraçada já que é o que eu ando fazendo para sobreviver. Mas eu sempre enxerguei o que eu faço como algo além disso. Infelizmente tenho que dançar conforme a música.
Claro que poderia me rebelar, mas não tenho forças para isso. Não desse jeito. E uma existência um pouco contraditória pode fazer bem à saúde.
A questão é que, pra mim, a literatura (e a arte como um todo) existe para que as pessoas se divirtam, se deleitem, chorem, se identifiquem, sorriam e até reflitam sobre, mas não como um instrumento criado para isso. Não podemos achar que a intenção do autor era criar uma metáfora para significar a decadência do mundo, mas que aquilo foi um jeito de tornar a história mais interessante. Só isso, o que já é demais.
É isso o que eu penso quando estou criando: "Como eu poderia fazer a história ficar mais interessante?" Eu sei que como ser no mundo estou sujeita a todas as influências da época, do modo econômico e blá blá blá... mas ninguém nunca vai conseguir impedir as pessoas de criar histórias só pelo simples prazer de criar histórias, pouco ligando para o fato da "crítica especializada" gostar ou não, aceitar como arte ou não.
Eu como criadora de histórias tenho como objetivo alcançar a graça de meus leitores. Que eles leiam ou ouçam minha histórias e gostem ou não, não tenho com objetivo ser bem vista na academia ou agradar os críticos.
E na minha opinião todos os criadores de história, que podem ou não se tornar escritores, são assim.
Não podemos fugir do que nos é imposto, mas também não somos obrigados a aceitar as coisas exatamente como elas são. Podemos nos adaptar e adaptar as coisas. Quem sabe assim não se cria um meio termo para tornar uma existência miserável talvez em uma vida suportável.

P. S. O mesmo vale pro cinema e, embora eu ache um encanto os procedimentos cinematográficos, fico muito feliz em assistir um filme e dizer simplesmente se gostei ou não e pensar somente se devo indicá-lo ou esquece-lo ou se devo assisti-lo novamente ou não. Independente de meus conhecimentos, esse é o máximo prazer que a sétima arte pode me proporcionar e sinto em informar que tenho pena de quem perdeu essa "ignorância". Ou ingenuidade se você preferir.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Crítica da razão inexistente

Hum.. só venho aqui pra reclamar né... mas sabe... cansei de ficar falando sobre o que eu sinto, como eu to cansada do mundo, das pessoas, de mim... to cansada, oras. Cansada de vir aqui reclamar. Se eu fosse escrever o que eu estou pensando iria ser a mesma coisa de uns 10 posts anteriores... então não farei isso. Mas eu estava morrendo de vontade de escrever. Muita vontade mesmo.
Então aqui estou. Tentando desesperadamente não reclamar e não ficar falando sobre o quanto eu odeio as pessoas.
Mas eu odeio muito as pessoas.
Como tem gente ridícula nesse mundo! E sabe o que é pior? Muita gente deve me achar ridícula também, o que quer dizer que tudo é uma questão de como você enxerga as coisas, o que quer dizer que, não importa o que você faça, alguém sempre vai te achar ridícula. Mas se eu não me acho ridícula (sou ridícula às vezes, mas não no sentido em que acho outras pessoas ridículas, tenho certeza que não faço certas coisas... então se me acham ridícula são por outros motivos e não os mesmos que os meus) mas provavelmente sou ridícula para as pessoas que eu acho ridículas, provavelmente as pessoas que eu acho ridículas não se acham ridículas, o que quer dizer que no fim ninguém é ridículo, nem é nada. No fim, cada um é uma coisa a cada momento, dependendo de quem tá vendo/observando/interpretando.
É triste saber que não se é nada além de interpretação alheia, né?
Quem é você? Eu? Não sei... depende... sou feia pra uns, bonita pra outros, simpática pra uns, insuportável pra outros... me responda você quem sou eu.
E se o que me define é a minha opinião, então vocês já sabem exatamente quem sou eu e então parem de discordar de mim!
Óbvio que às vezes as pessoas se definem por opiniões que são mais importantes pra ela. Por exemplo: se você é apaixonada por alguém e aquela pessoa diz que você é linda e inteligente, pra que você vai ligar pro que os outros dizem? Quem importa te acha linda e inteligente e é isso que importa... não é? Hum... não!
Todos sabem que não é isso que importa.
Podem dizer o que quiserem, todos se preocupam com as opiniões alheias. Fomos/somos condicionados a isso, não é culpa de ninguém. (Reparem que estou tentando fugir de indagações filosóficas do tipo "O que importa de verdade?" ou "Quem nos condicionou?")
Pessoas felizes. Um enigma que eu jamais entenderei sequer a proposição quanto mais a solução.
Como alguém pode ser feliz?
Claro que as pessoas felizes vão dizer "Ah! Nós somos felizes, porque a vida é linda e eu tenho tudo o que preciso e... indefinidamente..."
Não estou dizendo que as pessoas devem ser tristes, eu acho o máximo quem consegue ser feliz, sem ironias, de verdade! É só que eu só consigo me considerar feliz por alguns poucos segundos que, geralmente, estão ligados a futebol e porque eu esqueço todo o resto. Mas uma pessoas que afirma ser feliz esquece todo o resto todo o tempo? Só isso explica... por que como alguém pode ser feliz com tanta desgraça no mundo. Sério. Sem clichê. Pare só por dois segundos e pense na existência, no mundo, na vida, na história, em tudo... nessa eucatástrofe gigantesca que tende mais pra algo sem a virada final... Se você conseguir dizer que você ainda é feliz você merece meu respeito eterno e, sinto dizer, minha inveja também...
Eu não to conseguindo me expressar direito, isso tá parecendo alguma coisa idiota e sem sentido, mas é que eu acho que se você consegue não se importar a esse ponto você realmente merece ser feliz, porque é um feito e tanto. Meu sonho não se importar. Não me importar.
E eu não falo só de mim. Falo de tudo... o pior é que tentar verbalizar isso fica parecendo tão idiota.
As palavras andam tão vazias de significado. Não importa o que você diga vai sempre parecer sem importância porque todo mundo já falou tanto (eu principalmente) que, quando falamos, parece que é só um ritual vazio...
Se eu digo que o mundo está irremediavelmente perdido, eu quero dizer exatamente isso. Não é uma simples afirmação vazia, entende?
Você consegue entender a força dessa sentença e o quanto isso demonstra uma desesperança maior que a própria vida? Não? Então por que eu ainda falo? Esse é o problema... antes eu achava que ninguém me entendia, mas a verdade é que ninguém me ouve. Tantos anos pra convencionarmos certos significados pra perder isso assim, de uma hora pra outra...
Eu também uso expressões vazias... quase o tempo todo e esse é o problema de quem fala demais... porque quando eu quero realmente dizer alguma coisa, alguma coisa que significa de verdade, ninguém me ouve. Ninguém tenta buscar o significado da palavra que eu acabei de dizer.
Alguém que tá lendo isso está parando pra pensar no que eu estou realmente querendo dizer? É claro que não!
E sabe mais uma coisa que me irrita? Pessoas que pensam/dizem coisas do tipo "antigamente ou em tal época as coisas eram melhores ou piores". Não! Não eram... as coisas só eram diferentes. Havia coisas melhores e coisas piores... a vida encontra caminhos. Tudo encontra caminhos.
No fim é: muitos clichês. Muita repetição. Muito discurso internalizado e repetido. Não que tudo isso que eu esteja falando não faça parte disso, provavelmente faz. Mas o que eu posso fazer? O que qualquer um pode fazer? O pior é quando nem há um nível de distanciamento aceitável entre um discurso e outro. Aí é dose...
Não sei mais o que eu to falando... odeio quando as coisas significam demais também. E odeio pensar. Pensar é uma doença gravíssima que é incentivada. Sorte que quase ninguém dá bola pra isso...
Como eu disse, de um jeito ou de outro, não importa o ponto de vista adotado, o mundo está irremediavelmente perdido. E 'perdido' aqui nem significa 'acabado', porque se assim fosse, pelo menos haveria algum alívio.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Anotações de um fatídico dia de abril ou impressões individuais ficcionalmente modificadas

Chovia. Chovia e fazia sol. Ela estava na sala de aula ouvindo um falatório interminável sobre algum assunto que ela tinha certeza que não tinha nada a ver com a aula. Mas todos fazem isso no final das contas. Falar sobre qualquer outra coisa que se queira, menos aquilo que é necessário. Mas no fim nada é realmente necessário.
Ela continuava na sala. Ela tinha que continuar. Ouvindo todo o falatório que para ela não significava nada além da exposição de toda a desinteressância do mundo. Mas ela escrevia. E ouvia. Fazia tudo ao mesmo tempo. Pensava também. Pensava no que escrever. Pensava na chuva. Pensava em quanto absurdo ouvira, ouvia e estava ouvindo. Ouvia o trovão também. E ouvia palavras como "absoluto" e "livro do mundo" e "labirinto". E pensava novamente. Pensava em como essas palavras poderiam se encaixar naquilo que estava escrevendo. Ela parou e ouviu novamente. O mundo estava realmente e irremediavelmente perdido. Outro trovão. Donner em alemão. Ela havia aprendido hoje. Era a única coisa que valia a pena na sua vida ultimamente. As palavras são excessivas. Ouvira e lera isso uma vez e agora novamente.
O professor fala agora. Ela para de escrever e ouve. Não porque ele é o professor, mas porque seu falatório faz sentido, no sentido em que 'sentido' é aquilo que acreditamos entender daquilo que está sendo dito.
Continua chovendo.
Redes sem saídas. O professor fala de algo que significa muito mais, mas ele não sabe.
Melancolia. Não há nada que se possa dizer sobre isso.
Ela queria estar em outro lugar. Ela queria não estar.
Mas há palavras que devem ser retomadas para que seu texto faça sentido. Novamente o sentido. Estamos sempre em busca de um sentido. Ou de um livro. Ou de um jogo.
Mas voltemos às palavras: conceito.
Há mais palavras: crítica
E outras: arte
Romantismo. Isso certamente há.
Trovão novamente
Alemão. Novamente. E novamente novamente.
E agora há histórias de meias e magia. Tudo pensamento
A matéria só existe como forma.
Mas tudo isso, lembra ela, vai contra aquilo que seu pai ensinou.
Não se deve quebrar os brinquedos para descobrir como eles funcionam. Há que se brincar com eles. A menos que não se goste do brinquedo. Pois por mais que se monte novamente o brinquedo, tamanho conhecimento do brinquedo é punitivo. O brinquedo perde a graça, o sentido, o seu motivo de ser e existir. Matamos o brinquedo. E ficamos um pouco menos felizes e o mundo fica um pouco menos brilhante. Com um brinquedo a menos no mundo. Uma consciência a mais. Por isso o mundo não vale mais a pena. Não há mais brinquedos. Ninguém mais quer brincar. Todos querem desmontar e entender.
Não há verdade!
Só há o que você acredita.
Ela acredita em várias coisas. E acredita que acreditar é o caminho.
Caminho. Caminho. Caminho.
Não há caminho.
O que há, afinal?
O crítico.
Não, o crítico não é o escritor. Ele é a criança.
Não a que brinca. Não a que quebra. Mas é a criança para quem o principal brinquedo é feito, ou melhor, a verdadeira brincadeira.
Há o brinquedo. Há a criança que brinca. Há a criança que quebra. A criança que não quer brincar. A criança que desmonta e joga fora. A criança que desmonta e monta novamente. A criança que não brinca mais e a criança que continua brincando.
O crítico não é nenhuma dessas crianças. O crítico é a criança que fica olhando para o brinquedo e pensando o que o brinquedo está fazendo. Por que ele existe. Se ele é legal. Mas nada disso importa.
Importa brincar. Ou não.
Droga! Ela estava pensando em todo o falatório. Estavam tentando quebrar mais um brinquedo.
Que ninguém ouse quebrar um de seus brinquedos. Nem ela mesma.
Obviedades.
A chuva parou. Os trovões também.
O romance.
Ambiguidades.
Pensando...
Poesia. Não.
Sejamos claros em relação a isso. As palavras que nos perdoem.
Poesia é poesia. Poesia não é tudo.
Tudo tem seu valor. Por mais baixo que seja tal valor, ele ainda existe. Ele. Palavras novamente. Tudo são palavras.
Se tiramos as palavras, o que sobra?
Não conseguimos evitar as perguntas. Mas por que evitar qualquer coisa?
Não evitamos. Não evitemos nada.
Ela está cansada de escrever. A aula continua e continuará indeterminadamente.
Nesse exercício de interação há a ilusão de comprometimento. Tudo por causa das palavras.
Tudo é por causa das palavras.
Ela não odeia as pessoas. Odeia as palavras proferidas pelas pessoas. Poucas ações incomodam. As palavras incomodam muito mais que todos os elefantes.
Os elefantes são simpáticos. Os rinocerontes também. E os unicórnios e o cavalos e os ornitorrincos.
O ornitorrinco não está aqui por palavra que é, mas por sua ação de ser ornitorrinco. Todos eles.
A arte continua sendo feita. Ela está aqui?
Depende. Depende de tantas coisas.
Coisas e palavras.
Não.
Ela quer parar de escrever, mas não consegue. Não permitem.
Se inicia o falatório sem sentido novamente.
Inércia.
Lemos o que ela escreveu.
Brinquedo engraçado seria esse na mão de qualquer criança.
E por que há que haver estranhamento todo o tempo?
Todo esse começo está errado.
Não pode haver estranhamento. Este é o acordo desde o início.
Mas se isso é somente para ela (e esperamos que seja) não há estranhamento.
Ela não resistirá. Olhará o tempo.
Chocolate. Ela não gosta. Mas há.
Se é o que há, aceitemos. Mas não agora.
Mas jamais efetivamente se realizará. Nunca.
Sonho é uma palavra de dois significados. Deve haver mais. Mas dois importam mais agora.
Rostos, rostos, rostos...
E quando o sonho só tem valor enquanto sonho?
Sonho realizado é brinquedo quebrado. Vale o mesmo princípio? Para ela sim. Ou seria não?
Ela quebrou um sonho uma vez. Foi legal. Porque ela continua brincando com os brinquedos quebrados. Remontados ou não.
O brinquedo sempre tem graça depois.
Mas ela tem medo de quebrar alguns sonhos. E sabe que, ou imagina, que não conseguirá se divertir tanto com os sonhos quebrados. Mas às vezes quer tanto quebrar alguns sonhos. Já tentou. Não conseguiu. Sonhos são bem mais difíceis de quebrar.
Sonho é brinquedo danado.
Tragédia. Ótima palavra.
Ironia é desconhecida.
Precisaremos do Príncipe.
Há dois. Ou mais.
E mais de um reconhecimento.
Reconhecimento é maior que conhecimento.
Pra que destruir tudo? Pra que?
Deixem tudo em paz!
Palavras e coisas. Odeio as palavras. E a palavra palavra. Ela também.
Deixem as palavras para lá. Vamos nos comunicar por sorrisos e olhares.
Ela está adaptando tudo. Não apagando.
Ela consegue escrever.
O cara não.
Eis mais uma palavra: a narrativa. Eis o que não se quer. Não é? Temos que perguntar a ela.
Mas ela está realmente brava agora.
Não pode porque não tem sentido.
O sentido não importa! Escrevamos romances de cavalaria!
Eis o novo objetivo: o romance dos impossíveis.
Deixemos as reflexões enterradas com os filósofos, que são muito interessantes, ela pensa. Sejamos ingênuos.
Ingênuos também no romance. Onde quisermos.
Sentimento. Quem tem é ingênuo. Ou idiota.
A onda agora é não ter sentimento. Pra ser legal e também feliz.
Ela precisa comer.
E, sim, o enigma é claro para os olhos de quem não se esconde atrás de preconceitos e conhecimentos mínimos adquiridos.
Conhecimentos mínimos que aos olhos de quem se olha como melhor, assumem dois papéis que se desdobram: a cegueira e a enganação, que gera mais preconceitos e julgamentos.
É um ciclo. Um ciclo que uma vez iniciado não se rompe mais.
Ela tenta. Ela tem que parar de tentar. Avisemos a ela: Pare de tentar! Você não quebrará o ciclo jamais. Nem esse nem nenhum outro.
Mas pode continuar escrevendo, que o objetivo dessa escrita não é outro senão nenhum.
Ela escreve e pensa. Pensa que ao escrever não está escrevendo, mas sim servindo às palavras, maldosos seres, que usam as mentes e mãos indefesas.
Todo escritor é um coitado. Não tem escolha.
Ela não é escritora. Não quer ser crítica. Mas as palavras a usam. Ela é a vadia delas.
Não só a palavra escrita. A palavra como realização, seja ela qual for. Mas todos são vadias das palavras. Se submetem a ela todo o tempo.
Ela pensou que a próxima manifestação não mediada pelas palavras que presenciar será a mais percebida e amada.
É por isso que aquele olhar de ontem significou tanto.
É por isso que o futebol é tão perfeito. Não há palavras.
Mas ela está fazendo isso errado.
Se perdeu. Se entregou. Mas não se importa mais.
Nada importa.
É isso! Enumeremos as regras.
1. Nada importa.
2. Nenhum ciclo pode ser rompido.
Mas ela se lembra que algumas palavras podem ser boas. Ou alguma pessoas podem fazer uso das palavras de uma forma boa. Boa é julgamento. De uma forma aproveitável. Tudo é julgamento.
Mas aí está a diferença. Não são as palavras que usam. Elas são usadas. Elas merecem ser usadas. Elas merecem essa instrumentalização de que tanto reclamam.
E como reclamam, as palavras!
Ela quer parar, mas não consegue. E o falatório, com sentido e sem sentido, vai entrando em sua mente, seu pensamento, sua mão, sua caneta. E ela está escrevendo sobre o falatório e por causa do falatório. E o falatório são palavras. Palavras que usam e são usadas para dizerem sobre elas mesmas e suas reclamações.
Mais um ciclo. Regra número 2.
Outro trovão.
Vamos comer?
Ela vai parar agora, mas vocês não irão perceber porque quando ela continuar não haverá espaços e intervenções. Sem estranhamentos, que já há demais.
Ela parou.
Tudo sempre esteve por aí. Vocês é que não percebiam. Não divulguem sua ignorância para o mundo. Ou melhor, façam o que quiserem. O mundo é ignorante.
Na verdade, o que caracteriza o mundo?
Generalizações, que ela odeia, é isso. Tira o sentido (ele de novo!) das coisas e das palavras.
Ela odeia as palavras, mas odeia o que faz mal a elas. Não um mal físico. Um mal espiritual.
Mas vamos comer. Porque as palavras precisam de força para se reproduzirem.
Oh! As palavras fazem sexo na mente dela!
Ela descobriu.
Agora que... não. Não comecemos assim.
Ela comeu.
E ela voltou.
Falatório reiniciado. Mas é o início do fim.
Nenhuma dicotomia é interessante. Ou às vezes até é, mas todos foram condicionados a achar que tudo o que limita é ruim. Nem sempre. Nem todos os limites são ruins. Nem todos os limites são bons. Tudo é assim. Nem tudo é ruim. Nem tudo é bom.
Muitos pensamentos por aqui.
Ela continua, ou melhor, volta a escrever.
Supostamente escreve sobre o falatório. O falatório de palavras e sobre palavras. E também ideias. Mas ideias são feitas de palavras.
Ela continua escrevendo. Será que escreve sobre palavras? E fala sobre escrever?
Quando todo o falatório terminar, muitos outros se seguirão. Ela não quer mais falatório. Não quer mais falar nem ouvir.
Aparentemente Goethe está errado. Mas não julguemos. Ou já que tudo está permitido neste recinto de papel, libertemos os julgamentos, afinal não julgamos por julgar o julgamento algo ruim.
O professor fala sobre coisas que são e coisas palavreadas.
Ah, palavras, vocês não são. Por isso se revoltam contra os seres.
Somos importantes porque trabalhamos com as palavras. As palavras não conseguem, não podem conseguir, não devem ter tamanho poder.
Ela escreve e o professor fala a mesma coisa. De formas diferentes, talvez tópicos diferentes, mas a mesma coisa.
Ou seja, pode-se dizer a mesma coisa dizendo coisas diferentes. No fim, provavelmente, todos dizem a mesma coisa.
Mas o que dizem todos?
Palavras.
Mesmo quando estão disfarçadas.
Mas não! Não coloquemos as palavras em lugares em que elas não estão, pois já estão em muitos lugares.
Sim e não são a mesma coisa: a morte.
A morte é o resumo de tudo.
No fim era o que ela queria dizer o tempo todo?
Ela não diz.
Neutralidade da filosofia. Ela foge disso, mas que confusão!
A filosofia é mais literária que a literatura.
Arte, crítica, filosofia, literatura: todas palavras do falatório, que mesmo ignorado vai penetrando, como um veneno.
Mas ela ouve o que quer e escreve o que quer, embora as palavras observem de longe. Estão prestes a se rebelar contra ela.
Na verdade a rebelião já começou.
Mas ela não se importa. Regra número 1.
Quem não tem senso crítico defende o uso da não criticidade.
Repetir o que já disseram faz parte, afinal tudo já foi dito. E sempre dissemos as mesmas coisas.
Mas tem gente que não encontra o como dizer e então somente repete, repete, repete.
Pare de repetir!
Vá, vamos, palavras! Passem a perna nessas criaturas.
Que elas não repitam o meu modo de dizer aquilo que todos dizem.
Mas ainda não descobrimos o que dizemos.
Limite.
Novamente o limite. Experiência.
Ah, quantos nós! As palavras estão loucas com ela.
Ela enlouqueceu as palavras.
Nenhuma busca. Nenhum objetivo a não ser objetivo nenhum.
Mas objetivo nenhum ainda é um objetivo.
Como não haver objetivo nenhum? Verdadeiramente?
Liberdade.
Danem-se os objetivos. Danem-se todos!
Ela quer parar.
Ela sabe que isso não serve. Servir.
As palavras são terríveis!
Este falatório está terminando, mas outros falatórios virão.
Ela propõe e eu proponho também que esvaziemos todas as palavras de seus significados. Nos rebelemos contra as palavras.
Mas outro dia.
O falatório terminou. As risadas começaram.
Ela vai parar agora e continua depois.
Esvaziemos tudo agora.
Isso não é irônico. Eu não estou treinada.
Ela também não.
Haverá outras rebeliões.
E ela voltou.
Hoje escrever não é tão fácil. O falatório parece mais coerente, embora ainda seja falatório.
Ouvimos um pouco. Escrevemos depois.
Quanta consciência de existência. Isso incomoda.