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I hate everything, except some things

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Eu vou tentar ser o mais educada possível...

Gente. Gente, gente, gente...
Em primeiro lugar vamos começar com o básico: cada pessoa no universo (não vamos ser pretensiosos e achar que estamos sozinhos, né) é única e especial, as pessoas são diferentes naturalmente e quando levamos em consideração a criação e o ambiente em que cresceram, é óbvio que ninguém vai ser igual a ninguém e cada um vai pensar de um jeito. Eu tenho razão, você tem razão, todos tem razão, porque ninguém é melhor que ninguém para que sua opinião seja a verdade absoluta, então vamos abaixar a bolinha.
Cada um tem direito de expressar sua opinião e aqui eu vou expressar a minha, que isso fique bem claro. Não pretendo afirmar que o que vou dizer é a verdade.
Gostaria de dizer que sou muito a favor das manifestações sobre os preços do transporte público. Justo e totalmente compreensível. Não estou nas ruas porque estou fazendo outras coisas que EU considero MUITO MAIS IMPORTANTE PRA MIM. Não estou pedindo que você concorde comigo, ou mesmo entenda, já passei da fase de acreditar no lado racional das pessoas.
Quanto às manifestações contra a Copa do Mundo eu sou absurda e completamente contra, como qualquer pessoa que me conheça deve saber. Não por causa do meu amor incondicional ao futebol. Não. Mas qual é a lógica disso? Não à Copa do Mundo e sim à educação como se fossem excludentes? E o que você, manifestante, ganha se a Copa for cancelada? Vamos brincar um pouquinho...
Vejam, a Copa foi cancelada porque pela primeira vez na história desse país os manifestantes conseguiram o que queriam (é isso o que vocês querem, né?). E agora? Vão demolir os estádios e depois pegar os pedacinhos de concretos deles pra colocar na educação? Ah! Vocês estão levando ao pé da letra o A educação pela pedra, do João Cabral de Melo Neto? Talvez se eu pegasse esses pedaços e jogasse em suas cabeças a gente teria um resultado mais proveitoso. QUE DIABO VOCÊS GANHAM SE A COPA FOR CANCELADA? Os estádios vão continuar lá, mas sem uso, muito útil mesmo.
Sem contar que as pessoas que fazem parte desse protesto partem da ideia de que se não tivessem construído e reformado os estádios esse dinheiro seria usado pra algo "mais útil". Aham, tá bom. Você sempre foi inocente assim ou tá se fazendo de burro? Quer protestar contra superfaturamento? Ótimo! Eu ajudo, mas não vem culpar o futebol. Tem superfaturamento em tudo que é feito aqui, mas não vejo manifestações quanto à isso. Protesto contra cada prédio, cada ponte, cada coisinha construída. Mas se for um estádio... hum... afinal pra que serve futebol se você não gosta, né? Pra que colaborar com uma parte fundamental da cultura não só brasileira como mundial? Não. É coisa de desocupado, alienado. Uma dica Einstein, não ter noção da importância do futebol na cultura e na economia também é um tipo de alienação, idiota!
Vi no facebook piadinhas TÃO engraçadas sobre como o Brasil não tem escolas, mas tem estádios. Realmente! Eu fiz questão de contar! Acredita que tem 9 estádios para cada escola no país? Que absurdo! O engraçado é que na minha pequena cidade do interior tem duas escolas e nenhum estádio. São José do Rio Preto tem, acho, dois estádios e cinco escolas só nos quarteirões aqui perto da minha casa, então eu não to entendendo...
Me falar que o governo devia investir mais em educação, claro! Concordo plenamente. Mas por que tal investimento tem que sair do dinheiro que foi investido em esportes. Ah, não, esportes não, FUTEBOL. Porque quando o investimento é para outros esportes não tem problema, né...
Relacionado a meu post anterior não só não se gosta mais de futebol no Brasil como se criou um ódio absurdo. Como se qualquer coisa ligado a futebol fosse criminoso, detestável, horrível. E, claro que sempre tem os palhaços do "vamos na bagunça"... "Tão protestando pra que? Também quero, uhul!!".
Vão lá então, protestem contra a Copa do Mundo no Brasil, isso vai melhorar muito a educação. Engraçado que quando a Copa é em outro país aí é lindo... mas aqui não. Aqui tão roubando dinheiro da educação, ou dos bombeiros... Esses jogadores de futebol bandidos que roubam dinheiro dos bombeiros e dos professores. Porque É CLARO que o salário dos professores seria maior se não existisse futebol. É ÓBVIO que o governo investiria muito mais em "coisas úteis" para o país se não fosse a praga do futebol e seus estádios. 
Como eu sei que a maioria das pessoas que vai ler isso não tem o cérebro funcionando (sim, te chamei de burro) o suficiente para entender uma reflexão simples, vou resumir:
Eu sou super a favor de melhorias na educação, eu vou ser professora, afinal. Mas a culpa não é do futebol. Se não tivesse Copa das Confederações ou Copa do Mundo não ia mudar nada, porque o nosso governo não liga e colocar a culpa no futebol só mostra que você é tão alienado quanto quer me fazer parecer.
Só pra fechar: estou muito mais preocupada com a Copa das Confederações do que com qualquer manifestação em curso. Tenho esse direito e você não tem nada com isso e muito menos o direito de me julgar. Sua opinião, minha opinião. Dois pontos de vista diferentes, nenhum certo, nenhum errado. 
Mas eu estou certa, claro! :)

sábado, 8 de junho de 2013

A experiência religiosa de Kant


Andando pelas ruas de Copacabana... Ok. Eu tinha que escrever isso porque além de verdadeiro, é mágico.
Mas essas reflexões vem de mais longe, não só do Rio.
Primeira coisa é: como experienciar vários clichês só corroboram minha visão penalizante deles.
Os clichês, tão evitados e marginalizados, são a própria essência da verdade. O que são os clichês além de verdades quase absolutas e amedrontantes? Se expressar em clichês pode parecer chato, mas isso ocorre porque os clichês são verdades básicas, quase primitivas, repetidas à exaustão e, justamente por isso, banalizadas.
Prestem atenção no próximo clichê com que se depararem. É uma verdade indiscutível, mas você não se importa mais em prestar atenção porque é clichê. Mas às vezes aparece um para te esbofetear a cara, né? Porque ele está ali te dizendo coisas importantes o tempo todo, sendo ignorado, ofendido, simplesmente por ser o que é, respectivamente, uma verdade e um clichê.
Quando começamos a nomear verdades com nomes diferentes para fugirmos delas? Antes ou depois da linguagem? Hum...
Tudo isso pra dizer que - clichê - passar por novas experiências e conhecer novas pessoas é o máximo e ouvir experiências, novas ou não, de outras pessoas é incrível! É nessas horas que o clichê volta e te mete a mão na cara. "Nossa, é tão bom fazer novas amizades e trocar experiências, tanto no presente quanto pela memória..." e PAF! Na sua cara!
E lembrem-se do que o Colin diz, como cada coisinha nos muda, mesmo que minimamente e a narração dessas coisinhas muda muito mais.

O tapete da realeza não é mais verde


Trabalhar na Copa das Confederações só me fez ter mais certeza de que eu sou azarada. Eu estou trabalhando no segundo maior evento futebolístico do mundo e as pessoas que conheço não gostam de futebol.
Eu sempre achei que eu dava muito azar, mas eu estava errada. Não é que eu atraia quem não gosta e/ou não liga pra futebol, é que as pessoas no Brasil simplesmente não gostam mais de futebol. A prova disso veio na notícia que o Fer me deu semana passada de que a maior torcida do Brasil não é a do Flamengo, nem a do Corinthians, mas sim "eu não gosto de futebol". E isso me deixa mais triste do que eu posso expressar.
Por que seria isso? Alguém pode me explicar? Nem me vem com essa de que é a corrupção no futebol brasileiro porque não existe nada mais corrupta do que a FA inglesa e os números de "não gosto de futebol" na Inglaterra são quase inexistentes. O que foi então, cansaram? O futebol brasileiro foi tão bom por tanto tempo que cansaram de ganhar? 
No Maracanã, no dia do jogo do Brasil, o estádio estava lindo, cheio e cheio de incentivo, mas era tudo falso. Não eram torcedores, eram só uma platéia treinada, que seguia um roteiro pré estabelecido por platéias anteriores. Devia ter torcedores lá no meio, mas eram tão poucos que passaram despercebidos. Por isso não tem púplico nos jogos de estaduais e do nacional, porque se não é um espetáculo como Brasil x Inglaterra, se é só um jogo, sobram poucos pra assistir. E numa hora hora dessas eu até choro de felicidade e orgulho de ser corinthiana. Porque continua tendo torcedores indo aos jogos. No jogo contra o Tijuana eu fiquei boquiaberta com um grupinho na torcida do Corinthians que ficava na minha visão periférica e eles pularam não só o jogo inteiro como antes e no intervalo também. Eles deviam treinar pra terem condições físicas, não era possível.
Falo do Corinthians porque sei, porque vejo, é o meu time, mas deve ter outros pelo Brasil, times que ainda podem contar com o apoio de seus torcedores. Eu sei que todo time tem os doentes como eu que apoiam independente de qualquer coisa. Mas eu to falando de quem tem mais desses. To falando de quem pode dizer que teve torcida no jogo e não meros expectadores que foram conhecer o estádio e ficou pra ver um jogo.
E a Copa das Confederações vai ser assim, já está sendo assim com os voluntários. Estão aqui pelo evento, não pelo futebol. Claro que eles tem todo direito de fazer isso, mas eu também tenho direito de ficar triste por isso.
Vocês sabem, ou deveriam saber, que eu não gosto muito do Flamengo, nem do Fluminense, na verdade de nenhum time carioca. Mas algumas coisas aqui são o que me dão esperança agora que estou longe dos jogos do Corinthians. O prédio onde estou explode quando o Fluminense joga (e eu nem sabia que eles tinham torcida); na festa junina que fui hoje a torcida do Vasco e do Flamengo quase me fizeram chorar quando o animador da festa fez a brincadeira dos times. Ou talvez eu quis chorar só porque tocaram o hino do Corinthians e eu to morrendo de saudade dos meus meninos (btw Sevilla, sai pra lá, o Ralf NÃO SAI!) e de gritar VAI CORINTHIANS, mesmo tendo feito isso num bar ontem.