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I hate everything, except some things

sábado, 18 de dezembro de 2010

O que fazem os patos?

Da série "Grandes enigmas da humanidade", me pergunto: O que faziam os patinhos além da montanha?
Pensem comigo:
"Cinco patinhos foram passear, além das montanhas para brincar, a mamãe gritou: quá, quá, quá, quá, mas só quatro patinhos voltaram de lá." E assim vai...
1 - Por que cargas d'água os patinhos querem brincar além das montanhas?
2 - Que mãe é essa que deixa seus filhos saírem assim para além das montanhas?
3 - Por que um patinho ficou para trás?
4 - O que ele ficou fazendo lá sozinho?
5 - Por que foi ficando um de cada vez? O que eles planejavam com isso?
6 - Por que depois, quando a mamãe vai "procurar", os cinco malditos patinhos voltam? Por que não voltaram antes?
Tudo pilantra esses aí, bando de patinhos filho de uma pata!
Aceito respostas para as perguntas.
Agradecida!

Quando se é demais

Nossa! Percebi que eu sou muito eu e isso não é uma coisa boa, afinal o que significa ser 'eu' pra mim? Ser insuportável, nojenta, sem graça, fresca e mais um monte de adjetivos que todo mundo que me conhece sabe. Só que às vezes eu consigo me superar sendo tão eu, mas tão eu que mesmo eu não me suporto, agora imaginem os seres que são "obrigados" a me aguentar? Coitada da Paty e da Bru, do Fer e de todo mundo que vem me aguentando ultimamente... Sorry people! Prometo tentar ser um pouquinho mais suportável, ok?
Só pra terminar: eu decididamente sou a pessoa que eu mais odeio no mundo!

P. S. Tem outras pessoas que também são muito eu, mas de um jeito pior... pelo menos eu não sou preconceituosa e metida a besta como algumas outras! Eu posso até ser uma pessoa mais insuportável que essas, mas me prefiro, hein!

Mas eu AINDA sou a pessoa que eu mais odeio no mundo!

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Como assim????

Gente! Como tem gente sem noção nesse mundo... Não pode isso!
Às vezes eu tenho vontade de avisar, falar "Ei, você, tá ficando feio... pára!" Mas eu lembro que eu não tenho nada com isso e que eu também posso parecer sem noção pra várias pessoas, a não ser que... sometimes... as pessoas são sem noção COMIGO! Ai o bicho pega!
Queria ter coragem de dizer pra certas pessoas tudo o que eu queria, mas deve ser uma coisa boa eu não ter essa coragem, porque senão... VOCÊ ia tá fudida, querida! Btw, to escrevendo isso só porque tava com vontade de escrever alguma coisa. Na verdade tava com vontade de escrever outra coisa, mas não sei o que... enfim!
Só pra fechar: ERRADA!

P. S. Meus amigos sabem de quem eu to falando... (:

sábado, 11 de dezembro de 2010

Não sei que nome dar...

Eu não sei se todo mundo fica pensando em milhões de coisas antes de dormir, mas eu faço isso. Ficar imaginando o que eu poderia ter dito em tal situação, o que poderia ter feito, inventando diálogos que nunca acontecerão, fantasiando situações impossíveis e por aí vai... Então, pensando nisso, há muito tempo atrás cheguei a uma conclusão, não sozinha, claro, o Tolkien me ajudou. A conclusão é: jamais fique fantasiando coisas e diálogos e situações com pessoas próximas a você, já que é pra sonhar, sonhe grande, como diria o Eames. Por que? Bem, quando você imagina um encontro com o Brad Pitt ou com o Sirius Black, você sabe que a chance de aquilo se tornar realidade é de 0,000000000000000000000000000000000000000001/2 % e aí quando você acorda no dia seguinte e não dá de cara com nenhum deles na rua, você não se sente péssima (a menos que você seja idiota como uma pessoa que eu conheço). Agora quão terrível não será se você imaginar algum diálogo lindo e perfeito com o seu paquera da escola/trabalho/faculdade e quando você chegar lá e encontrá-lo (e você vai encontrá-lo, afinal ele é um ser da sua realidade e a chance do que você imaginou acontecer é de 50%, a menos que você seja ridícula, idiota, muito feia e sem senso e aí a chance cai pra 2% - o que ainda é mais que a anterior - mas se ele estiver bêbado sua chance ainda pode subir pra uns 25%) ele nem olhar na sua cara? Não é muito pior? Porque você tinha esperanças reais de pelo menos 1/3 do diálogo imaginado acontecer e o máximo que você ouve dele é um "Fez a tarefa da Erotilde? Posso copiar?" ou algo do tipo...
Agora, claro, se você não faz nada disso (de imaginar, sonhar, etc) você só perdeu mais um tempinho lendo mais uma coisa inútil e se você nunca passou por esse tipo de situação, a de gostar de alguém a ponto de imaginar situações e diálogos, só posso supor que você é uma pessoa vazia e sem sentimentos e sinto muita pena de você!
Ah! E em relação a esse último parágrafo tenho uma última coisa a dizer a tais pessoas: se apaixonar não é algo feio ou algo do qual você deva se envergonhar, como muitas das pessoas que eu conheço querem dar a entender. É um saco! Mas é muito melhor do que ser amargurada e ficar julgando as outras pessoas por elas não serem completamente destituídas de sentimentos. Só uma dica super básica!
Love you.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Resultado da promoção!!!!!

Então, gente. Acabou!!! E o vencedor foi... O FER!!!!!
NÃO FOI MARMELADA!!!! Qualquer um que me conhece e leu o comentário dele SABE que ele mereceu, além de apresentar um conhecimento ótimo do blog!!!
Obrigada a quem participou. Logo tem mais!!!
E feliz aniversário, blog lindo!!!!!


Comentário vencedor:

Fernando Cordeiro disse...

O post mais simpático de todos desse ano de blog, para mim, é "Eu que fiz" (http://salaodofogo.blogspot.com/2009/12/eu-que-fiz.html) apesar de não ter sido eu que fiz... Motivos: 1) é sobre o Tolkien, logo eu e o cara que falou sobre a hora fria que antecede a aurora somos os favoritos a ganhar hehehehehehe; 2) Ele aponta uma das coisas mais legais em relação à Mirane (e ao blog): a paixão que ela tem em relação às coisas que ela (realmente) gosta (e que tende a contagiar as outras pessoas); 3) Demonstra a criatividade e imaginação tipicamente miranesca, que está presente também nos contos e em outro conjunto de posts (que também estão entre os meus favoritos), o do Batman, Coringa e Homem-de-Ferro (vocês tão vendo que eu estou demonstrando conhecimento do blog para ganhar, apostando no regulamento hehehehehehe); 4) (e meio auto-ajuda) mostra como as pessoas podem realizar alguns (se não todos) os seus sonhos (meio brega); 5) (e último) Porque ele demonstra uma faceta miranesca que todos admiram (menos ela, que constantemente se esquece dela): como ela é forte, persistente, etc...

domingo, 5 de dezembro de 2010

E como faz tempo pra caramba... vai um aí!

Ai ai... essas ilhas... Obrigada, Caio!

Sabe o que eu acho? Eu acho é POUCO!!!!!

E pra vocês aí, minha cara de cu!

COMO ASSIM EU ESQUECI DE MOSTRAR E COMENTAR ISSO, MEU DEUS????

TORCI MUUUUITO PRA ARGENTINA!!!!! POIS É, VEJAM A QUE NÍVEL DE ÓDIO DA SELEÇÃO BRASILEIRA EU CHEGUEI... E COMEMOREI UM GOL DO MESSI!!!!
Ah, então, coloquei esse aqui porque faz mais sentido. Lá no Era uma vez os leitores poderiam ficar meio perdidos! (:

Eu sei, eu sei!

Vocês estão sentindo falta das postagens sem noção, né? Calma... logo elas voltam... vou parar de ficar colocando contos aqui, ok? Ou não, o blog é meu! Hahahahahahaha... enfim!
Como vocês já sabem a parte futebolística do blog agora tem um espaço só pra ela, lá no http://olhalaofutebol.blogspot.com/ . Você que gosta de futebol, dá uma olhada lá e VAMOS CORINTHIANS SER CAMPEÃO, UHULL!!!!
Beijos!

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

O moço do ônibus

Todos os dias ela sentava no mesmo banco do ônibus. E lia.

O ônibus estava sempre vazio naquele horário, quando voltava do trabalho, só uma pessoinha ou outra, às vezes. Nesse dia também estava, mas o moço que entrou escolheu sentar-se ao lado dela. E ele era lindo!

Ela continuou lendo, mas percebeu que ele olhava insistentemente e sorria. Já estava incomodando. Mas então ele falou:

– Desculpa! Mas é que eu adoro Tolkien! Tá gostando do livro?

Uau! Ele adorava Tolkien!!!! Além de lindo era inteligente!

– Na verdade eu gosto do livro. Já li mais de 10 vezes. É o meu favorito.

– Do Tolkien ou de todos?

– Dos dois!

– Entendo. É o meu também!

Podia ser verdade, mas ele poderia estar dizendo isso só pra agradá-la. Mas estar tentando agradá-la também não era bom? Ela queria conversar mais, mas era tímida para puxar assunto, mesmo sendo um assunto que a fazia falar sem parar. Então, no que ela pensou ser a conspiração do mundo para que ela amasse aquele moço pela eternidade, ele olhou pra ela disse:

– Aposto que é corinthiana!

Lindo. Tolkien. Futebol. Quer se casar comigo?

– Como você descobriu? – Disse ela com um sorriso enorme.

– Seu chaveiro. – Disse ele rindo ainda mais.

Ah! Claro, o chaveiro! Que burra!

– E você, pra que time torce?

– Qual você acha?

– Não deve ser Corinthians...

Ele continuou quieto, com um sorrisinho no rosto.

– É Corinthians?

Não podia ser, era perfeição demais!

Ele soltou uma gargalhada – Claro! Achava que eu ia torcer pra quem?

O caminho era um pouco longo, então foram conversando sobre tudo o que tinham em comum, até que ele disse:

– Tenho que descer logo, me passa seu telefone?

Ela passou, claro.

– A gente se fala. – Disse ele sorrindo enquanto puxava a cordinha do ônibus. – Até mais!

– Até!

Ela mal acreditava que tinha acabado de conhecer alguém assim, tão perfeito! Certeza que não ia ligar. Certeza!

Duas semanas se passaram. Ele não ligou. Ela ficou muito triste, mas já esperava. Com ela era sempre assim. Ainda bem que não tinha pegado o telefone dele, porque iria ficar tentada a ligar. Agora não havia nada a fazer.

O que ela não sabia era que o moço descera do ônibus transbordando de felicidade por ter encontrado alguém como ela e planejava ligar no dia seguinte, mas devido a tamanha felicidade não prestara atenção na rua e não vira ou ouvira o caminhão que passou por cima do seu corpo, destruindo tudo: o corpo, a vida, o sonho, o celular.

sábado, 27 de novembro de 2010

Pássaros

Ela matara o pássaro!
Ele ficara muito bravo! Adorava pássaros.
- Você não devia ter matado! O que ele te fez?
O pássaro estava aos seus pés.
- Não é questão de fazer ou não fazer. Eu tenho um estilingue, ele é uma coisa que voa. Eu acertei ele, ele morreu. Simples assim. - Disse ela.
- Você não tem coração!
- Seus argumentos são sempre tão inválidos. Não tem nada a ver com coração. Quer que eu desenhe? Estilingue+bicho-que-voa+eu-acerto-bicho-que-voa=bicho-morto.
- Você não existe! - Disse o menino com ódio. - Quero ver quando eu contar pra sua mãe se os seus argumentos serão tão válidos assim. Você sabe o quanto ela adora que você mate "bichos-que-voam"
- Vai lá correndo então! Quero ver provar, jogo esse bicho morto ali no rio em dois segundos. - Disse a menina pegando o corpo do pássaro e correndo em direção ao rio enquanto o menino ia em direção à casa, furioso.
Quando a menina chegou ao rio, ia se abaixando para jogar o corpo do pobre pássaro no rio quando percebeu um movimento a sua direita. Olhando de soslaio viu uma grande cobra se aproximando, mas aparentemente a cobra não havia se dado conta da presença da menina. Ela ficou paralisada por cinco segundos e depois correu como nunca antes. Correu tanto que encontrou o menino ainda longe da casa. Ele logo pensou que ela havia se arrependido e voltado para lhe pedir que não contasse nada, mas quando ia abrir a boca para dizer que nada iria adiantar, viu que ela tremia e estava muito pálida.
- O que aconteceu?
- Cobra... enorme... perto do rio... - Foi tudo que ela conseguiu dizer antes de começar a chorar.
Ele olhou para trás e sentiu mais do que viu um movimento próximo ao rio. Passou os braços em torno dos ombros da menina e a levou até a casa. Quando chegaram, a mãe quis saber o que havia acontecido e ele contou toda a parte da cobra, omitindo a parte do pássaro. Enquanto a mãe corria para avisar o pai da cobra que estava por perto, gritava para os dois:
- Mas o que faziam perto do rio? Já não disse que lá é perigoso!?
Ele respondeu:
- Nada. Só olhando...
A menina olhou para ele, ele desviou o olhar e ali ela soube que o amaria para sempre.
Ele já sabia isso. Há muito tempo.

Amizade!

Amizade é coisa esquisita. O conceito muda de pessoa pra pessoa, mas no fundo todo mundo sabe o que é. Eu demorei pra entender o meu conceito de amizade, porque sempre esperava demais (aquele velho problema), tipo Frodo e Sam (e quem fizer piadinha homossexual vai apanhar de fio de cobre!). Aí veio Harry Potter pra mostrar que nem toda amizade é perfeita e que é óbvio que há brigas e intrigas e mal entendidos e whatever. O mais bonito da amizade é você aguentar seu amigo aconteça o que acontecer. Pode ficar com raivinha, raivona, se afastar por um tempinho ou um tempão, mas amigo que é aigo, sempre volta, porque né... é amigo!
Eu já reclamei e briguei com quase todas as pessoas que considero amigas, algumas se foram, ou simplesmente mudaram de rumo e a gente se desencontrou. Hoje aprendi que não é porque elas fizeram isso ou aquilo que elas não são minhas amigas. Não sei porque fizeram, talvez nem fossem amigos mesmo e às vezes a gente entende tudo errado e fode com tudo. Serve pra relacionamento também, isso. Enfim, o caso é que esse post poderia ser pra várias pessoas, porque mesmo ficando de mimimi muitas vezes, eu SEI, agora, que tenho amigos sim, graças a Deus! Mas esse é pra uma pessoa em especial e especial: JAINI MANOELA!
A gente já passou por todas as crises possíveis, algumas quase fatais, mas graças aos bons elementos, superamos. Espero que, se ainda houver crises, que sejam menores e menos dolorosas, porque Jaini, apesar de tudo, é a segunda pessoa que mais me entende no mundo e viver sem ela é doloroso, quase insuportável. Quem me ouviu reclamando sabe.
Te amo demais Jaininha!!!!
Toda essa introdução e tal é pra mostrar pra vocês (e vejam bem, eu nem pedi permissão a ela, mas creio que ela não se importa - espero!) um conto que ela me escreveu um dia. Na verdade a gente fez um acordo, uma troca. Mas o conto que escrevi é, no mínimo, irrisório perto disso, se é que cheguei a terminá-lo. Quanto ao conto que ela me escreveu, é um dos mais lindos que já tive o prazer de ler, em toda a literatura. Sério! Vocês vão ver... Embora ela reclame que não é boa com as palavras, não consigo imaginar alguém que saiba lidar melhor com elas do que Jaini. Tem o Tolkien, é claro, mas isso é tão óbvio... Enfim, eis o conto:


Notas de uma vida

Era sua caminhada matinal diária.

Havia adquirido esse hábito devido a longas e repetíveis e longas e repetíveis e longas e repetíveis noites de insônia, causadas, talvez, pelo desconforto compreensível que uma mudança brusca de vida, de país e de sonhos tem o poder de causar – mesmo nos espíritos mais adaptáveis. Desde então, saía caminhando pela madrugada e caminhava até não restar outra coisa a fazer do que inverter a direção e caminhar de volta a tempo de chegar a casa antes de a lua chegar ao céu daquele, agora, seu país. (Que seu não seria nunca). Ninguém precisa de um segundo país para que as coisas se tornem, assim, bonitas e sublimes, num passe de mágica – a mágica não está na localização geográfica, eu lhe diria, se pudesse -, mas ela acreditava que sim, e não era de todo desvantajoso experimentar... afinal, talvez um tratamento, assim, de choque, de reviravolta fosse tudo o que aquele seu espírito já farto precisasse para encontrar sua paz. Mas talvez o motivo para a insônia nem fosse esse, fosse outro ou não fosse nenhum... talvez fosse só a solidão em que se é jogado quando sua língua não é eficaz para se comunicar com ninguém mais além de você mesmo. Ou talvez fosse só a própria vontade de caminhar para tentar encontrar, um dia, algo que existisse lá, depois de todos os horizontes – uma paz com cheiro de eternidade.

Mas talvez, também, ela só pensasse assim por não saber que pior que esquecer o passado (acontece com algumas pessoas – ouvi uma história uma vez), é querer retalhá-lo e desfazer-se dos pedaços pela estrada afora, feito João com Maria – salvo algumas diferenças (diria alguma sábia voz):

- Migalhas?

- Não. São memórias.

- Pássaros?

- Não. É o tempo.

Tempo, o corrosivo – diria essa mesma voz, se fosse qualificá-lo.

Por pior que seja um passado, nada pior que, voluntariamente, (desejar) esquecê-lo. Há sempre uma história (e inúmeras outras ligadas a ela)... e as histórias, histórias sempre serão. Há pinceladas suaves, escuras, violentas, trêmulas, hesitantes até, um sem-fim de possibilidades na aquarela do artista. Não se produz uma obra - ou a obra de uma vida - com apenas uma cor nem com um único número de pincel; além das predominâncias, há matizes, por vezes, cuidadosamente camufladas. Todo artista tem seus segredos a esconder. Não seja, por favor, o inconveniente a querer descobri-los para espalhar, depois, a altos brados sua brilhante descoberta a um mundo que não se interessa nem pelo criador nem pela criatura – que criem seus próprios segredos, se capazes forem.

Caminhava, ela, pelo meio-fio. Botas de chuva, um impermeável com capuz e uma não-direção a seguir. O mundo pela frente e os passos que se conduziam a si próprios. Os pés (de bailarina) carregavam servil e passadamente o corpo acima deles. Chuva fina. Não havia ainda, no mundo, a luz avermelhada do sol; de luz, aliás, no céu, apenas uns minúsculos pontos brilhantes – de estrelas sem sono e com uma ainda vontade de brilhar. Os pingos caíam nas poças da calçada: sons tão finos, tão ariscos, tão breves. Staccato, regia, por capricho, o maestro.

Nada é muita coisa - assim como nunca, sempre e eternidade são muito tempo (não tenho certeza de já não ter dito isso) -, e quando há muita coisa em jogo há, também, sempre uma ressalva - cabeceira da cama, criado mudo: ali repousava a mais amada lembrança jamais esquecida e totalmente impassível de apagamento: o livro. Estava aí sua única fraqueza e seu único pecado em relação a sua resolução de acabar de vez com aquela que havia sido, até então, sua vida. Talvez, então, fosse esse o motivo da insônia: era preciso desfazer-se do livro ou nenhuma de suas outras drásticas atitudes faria sentido ou traria algum resultado positivo. Mas dele ela não podia se separar. Nunca.

Mas o maior agravamento nem era, coisa em si, o livro, e sim a dádiva que carregava, ele, de levar para onde quer que fosse levado mais umas muitas lembranças a ele ligadas por algum tipo de laço. Era um volume grande (umas mil e poucas páginas), já bem manuseado, que ela folheava toda vez ao se levantar e antes de dormir.

Sei que havia, dentro dele, além das lembranças que iam, uma a uma, se ligando a milhares de outras, um pedaço velho e sujo de papel. Dizia algo mais ou menos assim:

Era uma vez uma menina chata e mal humorada que, no meio do caminho, encontrou uma borboleta lilás (de cabelos ruivos). Era a borboleta mais bonita e mais interessante. Conhecia lugares distantes, seres fantásticos e falava línguas raras. A menina nunca tinha visto nada igual. Era sobrenatural. Apaixonou-se pela borboleta e até queria guardá-la numa redoma, pois sentia muito ciúme e temia que a borboleta fosse embora, porque aí tudo o que a menina tinha conhecido de belo e puro no mundo se desvaneceria no meio do caos cotidiano. Até que um dia a borboleta voou por outras aragens... e a menina caminhou por outras estradas, sentindo uma profunda melancolia e uma saudade doída demais... Aí elas se reencontraram. As duas tinham mudado. As duas tinham um vazio a preencher... aquele vazio que só se preenche com uma amizade verdadeira... E elas ficaram juntas, pra sempre! Porque sem a borboleta, a menina não passava de uma menina chata e mal humorada. E, sim, a menina ama(va) aquela borboleta maravilhosa! De verdade!

Lamento informar aos desbravadores de segredos alheios que desconheço a origem, objetivo e explicação de tal texto. Suponho, desde que dele tomei conhecimento, que se trate de alguma correspondência secreta e, portanto, escrita em código, o que não é nada relevante, já que, mesmo assim sendo, não se sabe o destinatário, o remetente, nada; nada além de que em determinado lugar, onde isso seja possível, determinada menina e determinada borboleta selaram um pacto de amizade eterna.

Mas ela caminhava.

Brilhos de pequenas estrelas no céu.

Sons de leves gotas nas poças da calçada.

O compasso dos passos equilibrados no estreito meio-fio.

E não eram, esses, os únicos sons daquela madrugada fria e solitária.

Entre pingos e gotas, ela começou a perceber uma música – e que doce era ela! Assim, de início, quase imperceptível, como se quem a executasse estivesse a milhares de quilômetros dali... talvez ela tivesse, finalmente, encontrado o pós-horizonte e essa fosse a música do para todo o sempre. Era uma melodia como os desenhos das nuvens: fascinante e cheia de luz. E era inédita. Nunca, no mundo, alguém já a havia escutado. Era uma música nova, e era composta naquele momento... era, ele, o momento exato da criação. E, embora não a conhecesse – ou a estivesse conhecendo naquele momento -, ela sabia que aquela música lhe pertencia. Era dela. Era um pedaço seu. Era ela. Era, enfim, o que lhe faltava. Era a sua paz. E era mais sublime do que ela mesma ansiara. Ela, a bailarina triste das madrugadas solitárias, inspirava, naquele momento, a mente, o sentimento e os dedos de algum pianista misterioso, que a observava apaixonadamente sem que ela sequer soubesse por onde ele a via. Era ela, agora, uma musa. Era Jeanne despertando seu Amedeo. Um Amedeo que possuía uma visão privilegiada... e que continuava sua ininterrupta música – a música de uma vida. Era a mais bela primeira execução de uma composição que se fazia no momento mesmo em que era ouvida. Era um cântico final.

Com todo o cuidado, ela começou a seguir aquele som, que já se fazia mais perceptível e que a convidava a procurá-lo, sendo, ao final, ele próprio, sua recompensa. Na verdade, estava já agora tão claro e tão próximo, que ela sentiu medo. Era como um daqueles episódios em que os personagens sabem que algo irá mudar suas vidas para sempre... assim, simplesmente sabem – segredo de artista. E era engraçado; afinal, ela mesma havia renunciado sua própria vida, seu passado, em busca de algo, sem tempo a perder, e, agora, assim, tão desprevenida, sentia medo da força que a ligava àquela música, como um cordão umbilical. E ela não tinha poder de escolha, porque aquela música era tudo que lhe restava para aceitar. E o que mais lhe amedrontava era que aquela música lhe dava uma sensação de retorno ao início... e era disso exatamente que ela ansiava desprender-se. Aquela música tinha o poder de levá-la por uma viagem no tempo... e devolve-la ao lugar de onde ela nunca deveria ter saído. As notas daquela música eram as notas da sua vida. Aquela música era a sua vida.

E estava tão próxima, parecia, até, que saía de dentro dela.

Tão próxima.

Aqui, disse a sábia voz. E ela parou.

Era uma porta de madeira. Era imensa. Era, quase, um rochedo. Alguém, certamente, a havia trazido de algum castelo medieval. Essas manias de colecionadores. Estava meio aberta. Medo. Antes de empurrá-la, olhou pelo buraco da fechadura. Engraçado, isso é uma lembrança. Não conseguiu ver nada. Empurrou a porta. Entrou.

Uma sala imensa. Realmente imensa.

A iluminação era fraca. A única coisa que seus olhos conseguiram identificar ali, na penumbra, foi um lindo piano no centro da sala. Apesar de lindo, era um piano normal, desses que só produzem som se alguém dedilha suas teclas. E ali não havia ninguém. Não havia nada além do piano. Havia, aliás; mas que importância tem uma caixinha de música (aberta) sobre um piano quando o que se busca é o artista que, em seus dedos, controla sua vida? Mas, e só então ela percebeu, era de lá – da pequena caixinha sobre o piano – que saía a sua música-lembrança. Era forrada de veludo vermelho e, no lugar da bailarina, havia a figura em miniatura de um rapaz de beleza irrequieta e deslumbrante. Eu já sonhei com esse rosto? Pois era tão familiar. Num canto da caixinha, cuidadosamente dobrado, havia um papelzinho. O que ela leu ali? Só ela poderia dizer. E (e tudo o que sei), então, tudo fez sentido e ela se lembrou de tudo, desde o momento em que havia, alguém, aberto a caixinha e roubado a bailarina para si... a bailarina sem memória que havia caminhado pelo mundo em busca do seu tempo perdido. Ela era, agora, novamente, a bailarina da caixinha de música, não mais caminhos indefinidos a seguir... ela voltaria para sua caixinha e, junto a seu Old man river, continuaria dançando ao som da música da vida... a música que cria o mundo enquanto seu som se faz.

E, como num passe de mágica, a caixinha se fechou.

Uma borboleta lilás: era esse o desenho da tampa da caixinha e a última imagem que tenho daquele aposento.

Espero que nenhum outro viajante, vagante pelo mundo, perceba os acordes da melodia e tente procurá-los no país em que a chuva cai em staccato, pois então a caixinha...

Nesse ponto, fechei o livro.

Não quero continuar, porque não quero que a caixinha de música volte a se abrir e alguma das peças seja novamente lançada pelo mundo com o castigo de vagar em busca de algo que em sua mente não faz sentido quando fora da caixinha. E, se eu não ler, a caixinha não se abrirá. Ela, assim, fica fechada entre as páginas fechadas do livro, dentro da gaveta trancada à chave, enterrada, esta, secreta e cuidadosamente em algum lugar desconhecido, muito além de onde Chapeuzinho encontra o lobo mau. E não contarei a ninguém: essa é a minha promessa. Dentro daquela gaveta fria, pequena e escura existirá, para sempre, um mundo imenso, colorido e cheio de música.

Que eles sejam felizes para sempre.

Claro que tem um significado muito maior pra nós duas, mas ainda assim, usando uma comunidade "é de uma poesia ímpar!"
Muito obrigada, Jaininha, pelo conto, por existir, por ser minha amiga!
Te amo!

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Colaboração

Então. Coisas aconteceram e se você não sabe o que, é porque não prestou atenção ou não é tão importante assim pra saber da minha vida. Algumas pessoas são importantes e não sabem mesmo assim, por algum outro motivo que não consigo identificar, mas o fato é que coisas aconteceram.
Nos acontecimentos em questão, conversei com várias pessoas (lindas, fofas e que me ajudaram um montãozão) e juntando uma coisa aqui e outra ali, percebi algumas coisas. Tenham em conta que "perceber" é diferente de "fazer" e aí vai uma pequena lista do que percebi (algumas coisas podem estar repetidas, mas who cares?):
- Não espere nada. Da vida, do mundo, das pessoas, de nada. Pois se você ficar esperando (coisa que fiz minha vida inteira) vai ser uma decepção atrás da outra. Não compensa. Não espere nada e o que vier é lucro.
- Só se importe com quem gosta de você. Os outros não valem a pena. Você pode até se importar um pouco com quem você gosta que não gosta de você, mas só por um tempo, porque se insistir nisso, amigo...
O básico é isso e acredito que se eu conseguir fazer metade do básico já vai ajudar bastante. O duro é conseguir...
Aceito colaboração!
E mais uma vez obrigada Fer, Paty, Bru e Mark. (Não estou excluindo as outras pessoas nem reclamando, é só que NESSA coisa específica, foram eles quem me deram a mão, esses lindos!)

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Promoção de aniversário!!!

Como eu disse no twitter, a promoção consiste em, nos comentários, vocês dizerem qual post desse ano inteiro de encheção de saco vocês mais gostaram e por que. Sejam criativos!
Alguns critérios serão adotados, tipo, conhecimento do conteúdo do blog, o post escolhido, a justificativa... Enfim, boa sorte a todos!
O prêmio será um livro bem legal, ok? Ou um filme... estou decidindo. Mas será bem legal!!!!
O resultado sairá dia 09 de dezembro, dia do aniversário.
BOA SORTE!

Pro Negão Internauta!

O que se quer dizer ou objetivo a ser alcançado

"Liz Norton, pelo contrário, não era o que comumente se chama uma mulher de grande vontade, isto é, não fazia planos a médio ou longo prazo nem punha em jogo todas as suas energias para realizá-los. Era isenta dos atributos da vontade. [...] A expressão 'alcançar um fim', aplicada a algo pessoal, lhe parecia uma arapuca repleta de mesquinharia."

2666. Roberto Bolaño.

Um túnel no fim da luz

Eu acho que já disse isso, mas repetir é sempre bom (né, fia) já que o mundo está cheio de retardados. To mudando. Mas tipo, MUITO! Não sei por onde começar direito, mas vamos ver o que vira. Se eu continuar nessa vidinha chata e sem graça, vou me matar mesmo, então vamos aproveitar essa porra de vida e se abusar ou passar dos limites, pelo menos morrerei se não feliz, pelo menos menos idiota. Mas tem uma coisa que preciso fazer antes, para explicitar como será a mudança:
1 - Não haverá regras.
2 - Como toda regra tem exceção, a dessa é: há uma regra.
3 - A regra que há é: nada muda nas minha crenças fundamentais, ou seja:
a. Deus existe.
b. Fantasia existe.
c. Fadas, elfos, Hogwarts, unicórnios e derivados existem.
d. Liverpool e Corinthians são os melhores times do mundo.
e. O Neymar é um bandido.
f. Tolkien é foda e eu mato quem discordar.
g. O Fer é a melhor pessoa que existe no mundo.
h. O Blaublau é o melhor de todos!
i. Robert Downey Jr. é o homem da minha vida e Heath Ledger é minha alma gêmea.
4 - Algumas crenças fundamentais mudaram:
a. Nada importa de verdade.
b. Amor (daqueles dos livros e filmes) NÃO EXISTE!
c. Nada de bom vai acontecer na sua vida, mas você se contentará com algumas coisas normais e as considerará boas. (Estúpido!)
d. Você é estúpido, mas é melhor que eu porque pelo menos consegue se enganar, eu só consigo chorar e ver que as coisas são todas horríveis.
e. Não importa o que os outros pensem de você, porque no fim, quando você tiver morrendo e lembrar de tudo que deixou de fazer por causa dos outros vai ver que quem se fudeu foi você.
f. "Errado" é só aquilo que você ainda não conseguiu convencer a sua consciência de que pode fazer.
5 - Se você leu tudo isso, entendeu e concordou, você tá tão fudido quanto eu, mas ainda não percebeu. Sorte sua! Ou não.
6 - Não gosto do número 6, então ele será excluído de todas as coisas que farei daqui pra frente.
7 - Pare de esperar por qualquer coisa que seja, mesmo aquelas pelas quais você se esforçou tremendamente, pois se elas não acontecerem, você vai descer vários níveis no poço do desespero e se elas acontecerem, como você não tava esperando mesmo, vai ser legal.*
Enfim, é isso aí. Com colaboração de @brubusnardi.
Tinha mais coisas pra falar, mas como nada importa mesmo, pra que ser coerente?

*Isso não caracteriza "uma coisa boa".

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Ironia

Pra que ler Linda Hutcheon quando Harry Potter nos exemplifica tão bem o que é ironia...?


"- Harry - disse Lockhart, os dentões brancos faiscando ao sol quando ele balançou a cabeça. - Harry, Harry, Harry.
Completamente estupefato, Harry ficou calado.
- Quando ouvi, bem, é claro que foi tudo minha culpa. Tive vontade de me chutar.
Harry não fazia idéia do que é que o professor estava falando. Ia dizer isso quando Lockhart acrescentou:
- Nunca fiquei tão chocado em minha vida. Chegar a Hogwarts num carro voador! Bem, é claro, entendi na mesma hora por que você fez isso. Estava na cara. Harry, Harry, Harry.
Era incrível como é que ele conseguia mostrar cada um daqueles dentes brilhantes até quando não estava falando.
- Teve uma provinha de publicidade, não foi? - disse Lockhart. - Ficou mordido. Esteve na primeira página comigo e não pôde esperar para repetir o feito.
- Ah, não, Professor, sabe...
- Harry, Harry, Harry - disse Lockhart, segurando-o pelo ombro. - Eu compreendo. É natural querer mais depois de provar uma vez, e eu me culpo por ter-lhe dado a oportunidade, porque a coisa não podia deixar de lhe subir à cabeça, mas olhe aqui, rapaz, você não pode começar a voar em carros para tentar chamar atenção para a sua pessoa. É bom se acalmar, está bem? Tem muito tempo para isso quando for mais velho. É, é, sei o que está pensando! 'Tudo bem para ele, já é um bruxo internacionalmente conhecido!' Mas quando eu tinha doze anos, era um joão-ninguém como você é agora. Diria até que era mais joão-ninguém! Quero dizer, algumas pessoas já ouviram falar de você, não é mesmo? Todo aquele episódio com Ele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado! - Ele olhou para a cicatriz em forma de raio na testa de Harry. - Eu sei, eu sei, não é tão bom quanto ganhar o Prêmio do Sorriso mais Atraente do Semanário dos Bruxos cinco vezes seguidas, como eu, mas é um começo, Harry, é um começo."

Harry Potter e a Câmara Secreta - "Gilderoy Lockhart", p. 81-82

"- Então, Harry - disse Lockhart, enquanto Hermione dobrava o papel com dedos nervosos e o guardava na mochila. - Creio que amanhã é a primeira partida de quadribol da temporada. Grifinória contra Sonserina, não é? Ouvi dizer que você é um jogador muito útil. Eu também fui apanhador. Convidaram-me para tentar a seleção nacional, mas preferi dedicar minha vida à erradicação das Forças das Trevas. Ainda assim, se algum dia você achar que precisa de um treino pessaol, não hesite em me pedir. Fico sempre feliz de passar minha experiência a jogadores menos capazes..."

Harry Potter e a Câmara Secreta - "O balaço errante", p. 141

Festa de comemoração

Lembra quando eu expressei toda a minha indignação sobre a modernidade, principalmente sobre um assunto em particular que não posso especificar agora? Pois é... Eu nem lembro direito, mas tudo bem. É que agora eu to muito mais indignada ainda. Que droga! O mundo moderno é uma merda e todas as convenções sociais e tal.
O pior é não poder ser bem direta no assunto, mas as pessoas podiam facilitar, né? Não importa se você não sabe do que eu to falando. FACILITA! Facilita a sua vida, a vida das pessoas que convivem com você, as coisas podiam ser tãããão mais simples se vocês fizessem isso. O duro é que parece que as pessoas não gostam de facilitações, pois quando eu tento facilitar para os outros, eles simplesmente ignoram e parece que no fim eu só piorei. Mas vai ver devo ter piorado mesmo. Eu sempre faço tudo errado, TUDO! A única coisa certa que eu fiz na vida foi dar aquela resposta na entrevista de ontem... E ainda tenho que ouvir todo mundo dizer "não, isso não é verdade". AHAM, sei... Então por que eu to sozinha agora? Hein? Por que ninguém tá ligando? Se eu sou tão legal, especial, simpática e inteligente como todo mundo fala? Pessoas com tantas qualidades não deviam estar sozinhas todo o tempo. Agora, ou estão todos mentindo (o que é óbvio!) ou esse mundo tá muito errado (o que é muito óbvio também!), pois... ah, vocês entenderam meu ponto.
Agora a melhor parte de tudo é ter que ouvir reclamações depois. Espero que dessa vez não precise. ESPERO! Mas como...? Não posso nem perguntar isso pra ninguém.
O triste é: todos vão continuar não ligando e dizendo que ligam.
Oh, dear Lord!

domingo, 7 de novembro de 2010

Melhor do mundo!!!!!!

THE BEST!!!!
Olha! Assim! Não é fácil não hein!!!! Por que, POR QUE a vida tem que ser tão complicada? Óbvio que ninguém sabe. PORQUE NÃO TEM MOTIVO NENHUM, É PURO CAPRICHO DE SABE-SE LÁ QUEM QUE INSTITUIU REGRAS E COSTUMES E CONVENÇÕES, AHHHHHH!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Por que a gente não pode simplesmente fazer o que gosta, do jeito que gosta, com quem gosta, da maneira mais fácil, sem frescuras? Mas não, nããããããããããããããããããoooooo. TEM que complicar, tem que ser difícil e tem que fazer alguém se fuder. SEMPRE.
Sabe? Não tenho a mínima idéia do que to falando. Mas dane-se! Quero falar mesmo assim.
Então o que falarei?
Minha dissertação tá pronta. Já disse isso? Então, tá tão linda, toda impressa. E linda. Nem acredito que acabei.
Não, de verdade, não tenho NADA pra falar, vai ser só mais um dos post idiotas. Who cares?
Ai, vocês viram que o meu contador de visitas pifou? Tinha mais de 6.000 visitas, nem acreditava, aí pifou... tive que colocar outro, começando do zero, mas ok!
"I'm sorry, Doc. I don't!"

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Falando das coisas

Oi. O dia tá uma merda! E o pior é que as coisas estão até dando certo... O Alvaro gostou da dissertação, nem consigo expressar meu alívio por isso. Oh coisinha pra desesperar essa tal dissertação. Quero nem ver quando for a tese de doutorado...
Enfim, nem tenho nada pra dizer. Essa semana confirmei minha teoria de que mesmo quando as coisas dão certo, eu continuo triste. Ou seja. Não há nada que eu ou alguém possa fazer pra mudar isso. Ou então é algo nunca feito antes na história desse universo. Anyway...
To muito nervosa e estressada esses dias. 99% das pessoas me irritando. Simplesmente não aguento, não sou obrigada!
Esse é definitivamente o post mais inútil do blog, mas eu senti que tinha que escrever alguma coisa e não iria ignorar um sentimento assim, né...
Isso aí.

domingo, 24 de outubro de 2010

Post eterno

Venho pensando nesse post por séculos e agora que vim aqui escrever não tenho a mínima idéia de como começar. Já tentei escrever antes sobre essas coisas, mas nunca dá certo. Mas vamos tentar, né. Escrever (deve) faz(er) bem.
Minha vida é uma merda. Muito merda. E a maioria das pessoas acham que sou ingrata ou pessimista, mas, com licença, o que você sabe da minha vida pra dizer isso?
Façamos uma analogia que talvez, quem sabe, possa esclarecer um pouco as coisas:
Imagine uma pessoa jogada num deserto enorme, um deserto sem fim. Essa pessoa está lá jogada, sozinha, sem roupa, sem comida, toda queimada e machucada, praticamente morta. Sua comida acabou há vinte dias e ela só tem mais 50 ml de água. Aí aparece alguém e lhe dá 4 litros de água. Quando essa água está quase acabando, aparece mais uma pessoa e lhe dá mais 2 litros de água e meio pedaço de pão. Mais uma vez, quando essa água está acabando aparece mais uma pessoa e dá a esse ser mais 4 litros de água e um pão. O ser do deserto não quer mais nada, só quer morrer e embora algumas pessoas tenham lhe dado alguns litros de água e um pão e meio, ninguém lhe ajudou de verdade. Ela continua jogada no deserto, sofrendo, toda machucada e sozinha. Óbvio que as pessoas lhe dizem "Mas você não consegue ver o lado bom? E se ninguém tivesse dado água ou meio pão a você? Não seria pior?" Claro que seria! Mas isso não muda o fato dessa pessoa continuar jogada sozinha num deserto sem fim. Ela tem direito de reclamar da sua existência miserável. Claro que vocês entenderam o que eu quis dizer.
Uma coisa que as pessoas tem que aprender é que por mais bonita que pareça a vida de uma pessoa, não tem como saber se ela está realmente bem. Mesmo eu, por exemplo. Às vezes penso que seria uma maravilha ser como algumas pessoas que tem seus pais, uma família, ou uma pessoa que pode comprar os livros que quiser e os filmes que quiser e viajar para onde quiser, mas no fundo, eu também não sei como a vida dessa pessoa realmente é. Eu não tenho como saber. Meu julgamento é externo. Então, por favor, parem de me encher. Vocês não tem a mínima idéia da existência miserável que eu levo, por mais "bonita" que minha vida pareça ser. Ninguém sabe o quanto é ruim querer morrer a cada respiração. O quanto a vida parece vazia, sem sentido e sem propósito. Você pode ter a sua percepção disso, mas não a minha, então você não pode me julgar e eu posso reclamar o quanto quiser.
Algumas pessoas podem achar teatrinho demais o que to escrevendo, mas eu não ligo. Quem sabe assim haja algum propósito nas minhas reclamações: ser teatro pra alguém.
Minha vida inteira é uma agonia sem fim. E não só a minha. Não conheço uma pessoa que tenha se beneficiado com a minha existência. Comecemos do começo:
Minha mãe: eu fudi a vida dela! Ela era nova, provavelmente ia fazer um milhão de coisas, talvez nem fosse fazer tanta coisa errada quanto fez se não fosse por mim. Ela não amava o meu pai o suficiente pra casar e, no entanto, por minha causa, TEVE que casar. Separou pouquíssimo tempo depois e aí fudeu a vida do meu pai também, que a amava loucamente. Claro que ela tentou se livrar de mim antes de eu desgraçar a vida de todo mundo, mas nem deu hein... aí eu fui crescendo e fui atrapalhar outros ramos da família. Passei pela casa de todas a minhas tias, até acabar com os tios que me criaram. Atrapalhei-os infinitamente. Por 21 anos. Atrapalhei a Paula, a Dalva, todo mundo ligado àquela família. Atrapalhei minhas amigas e amigos por toda a minha vida. Fiz com que chorassem, com que se sentissem culpados. Atrapalhei meus animais de estimação. Atrapalhei meus namorados. Atrapalhei cada ser que existiu e que teve o azar de cruzar o meu caminho. Agora será que alguém pode me dizer por que tudo isso? Por que eu não posso simplesmente sumir e deixar todo mundo em paz?
Tudo vai ficar bem.

The Smiths

Uma banda incrível descoberta acidentalmente, as always! Segue abaixo algumas letras que, pra quem me conhece, entende porque eu amo.

Asleep

Sing me to sleep
Sing me to sleep
I'm tired and I
I want to go to bed
Sing me to sleep
Sing me to sleep
And then leave me alone
Don't try to wake me in the morning
'Cause I will be gone
Don't feel bad for me
I want you to know
Deep in the cell of my heart
I will feel so glad to go

Sing me to sleep
Sing me to sleep
I don't want to wake up
On my own anymore
Sing to me
Sing to me
I don't want to wake up
On my own anymore
Don't feel bad for me
I want you to know
Deep in the cell of my heart
I really want to go

There is another world
There is a better world
Well, there must be
Well, there must be
Bye bye.


There is a light that never goes out

Take me out tonight
Where there's music and there's people
Who are young and alive
Driving in your car
I never never want to go home
Because I haven't got one
Anymore

Take me out tonight
Because I want to see people
And I want to see lights
Driving in your car
Oh please don't drop me home
Because it's not my home
It's their home
And I'm welcome no more

And if a double-decker bus
Crashes into us
To die by your side
Such a heavenly way to die
And if a ten-ton truck
Kills the both of us
To die by your side
Well, the pleasure and the privilege is mine

Take me out tonight
Oh take me anywhere
I don't care, I don't care, I don't care
And in the darkened underpass
I thought "Oh God, my chance has come at last"
But then a strange fear gripped me
And I just couldn't ask

Take me out tonight
Take me anywhere
I don't care, I don't care, I don't care
Just driving in your car
I never never want to go home
Because I haven't got one
Oh, I haven't got one

There is a light that never goes out
There is a light that never goes out
There is a light that never goes out
There is a light that never goes out...

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Indeed

Alguém se lembra do Robert dizendo isso? Tãããããããoooo lindo!
Contar uma coisa pra vocês: ele nem sabe que eu existo. HÁ! Mas tudo bem. Que graça teria a vida se alguma coisa desse certo.
Vou fazer uma lista do que eu me fudi essa semana: me fudi no Banco Imobiliário, me fudi no Paciência Spider, me fudi no mestrado, me fudi com as pessoas, me fudi com a vida, me fudi até com Deus, mas ele me perdoa...
Minha melhor amiga me odeia, meu namorado é um santo, senão me odiaria também. Minha família me odeia, minha cachorra, obviamente me odeia, afinal eu a mandei embora. Minhas músicas me odeiam, minha cadeira me odeia. Quem mais me odeia? Até o Mauro Cezar me odeia... Minha mãe então, uhhhh!!! Queria me abortar, já contei? O padre apoiava, mas minha vó não deixou. Acho que minha vó não me odiava... ou talvez fosse minha mãe que não me odiava e por isso queria evitar que eu viesse pro mundo. Ih, mãe, fudeu!
Já deu, né? Escrever bêbada nem vira...
I DON'T LOVE ANYONE (To só cantando....)

domingo, 17 de outubro de 2010

"It was the cold chill hour before the first stir of dawn"

Essa é uma das coisas mais lindas que eu aprendi com The Lord of the Rings. Sério!!! Além de ser uma frase lindíssima, é muito verdade e foi uma daquelas coisas que (não sei se vocês já passaram por isso com algum livro, mas Proust faz isso demais, pelo menos pra mim), embora eu sempre tenha percebido, nunca tenha dado valor suficiente para colocar em palavras. Tipo quando Proust descreve a sensação de acordar no meio da noite (não me lembro direito, li No caminho de Swann há cinco anos) e perceber os objetos, os móveis de maneira diferente. Não sei explicar. Não sou Proust. Nem Tolkien. Mas então. A hora fria que antecede a aurora, pra mim, era algo que eu sempre percebi, mas nunca tinha falado sobre, porque é tão normal, tão "corriqueiro" e aí vem algum gênio e transforma isso em uma coisa tão maravilhosa, tão perceptível e te faz pensar "Como eu não percebi a relevância e a beleza disso antes?" Afinal, são desses momentos que não nos parecem importantes e por isso não fazemos questão de guardar na memória que as verdadeiras memórias são feitas, não é Proust?
Tudo isso pra dizer que essa frase do título, por mais incrível que pareça, afinal, pelo que me lembre, não é normal que palavras despertem a memória involuntária (ou é, Orlando?), é a minha madeleine no chá. Todas as vezes que leio isso em The Lord sou transportada para a minha infância na fazenda, quando todos os dias eu acordava nessa hora super simpática da noite e, como disse, não achava importante o suficiente par me lembrar depois.
Mais um ponto para o Tolkien! (Como se ele precisasse!)
Love you.

domingo, 10 de outubro de 2010

Prefácio de Victor Hugo a Os miseráveis

"Enquanto, por efeito de leis e costumes, houver proscrição social, forçando a existência, em plena civilização, de verdadeiros infernos, e desvirtuando, por humana fatalidade, um destino por natureza divino; enquanto os três problemas do século - a degradação do homem pelo proletariado, a prostituição da mulher pela fome, e a atrofia da criança pela ignorância - não forem resolvidos; enquanto houver lugares onde seja possível a asfixia social; em outras palavras, e de um ponto de vista mais amplo ainda, enquanto sobre a terra houver ignorância e miséria, livros como este não serão inúteis."

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Quem sofre é o blog

Qual é a imagem que as pessoas fazem de mim? Bem, se você acha que não importa você vive em um mundo perfeito, parabéns! Eu não sei se pretendo passar alguma imagem pra alguém. Quando eu estou com raiva de alguém, geralmente, quero passar a imagem "olha, eu estou ótima, obrigada!", mas não dá! Sabe por que? PORQUE EU NUNCA TO ÓTIMA. Nem quando quero fingir. Pra evitar dúvidas (e vocês podem sempre voltar aqui pra se lembrarem disso) vai aí o que eu penso de mim:
Eu sou extremamente chata, eu sei. Pago muito pau pra quem me aguenta de verdade. Não essas pessoas que fingem que me aguentam, que na hora do vamos ver estão "ocupadas" ou simplesmente se afastam, assim, na cara dura mesmo. Eu tento mudar, mas, sabe, as pessoas não mudam assim, porque querem. Óbvio que queria ser uma pessoa super legal, feliz, engraçada e que as pessoas quisessem estar perto, mas não sou, paciência... Eu sei que tem pessoas que gostam de mim assim do jeito que eu sou. Vai entender. Tem. Mas são tão pouquinhas...
Eu sou insuportável. Sou teimosa. Sou fresca. Chorona. Depressiva. Carente. Mal educada. Nervosa. E as pessoas não colaboram nem um pouco.
Não sou triste porque eu quero. Não acho bonito ficar chorando e querendo morrer todo o tempo. Não me acho nem um pouco especial ou inteligente, embora pessoas agradáveis insistam em me dizer isso. Eu sei que é por simpatia. Também não to fazendo esse post pra conseguir elogios. É só que eu estou extremamente sozinha e triste e não quero atazanar ninguém, principalmente porque eu já atazanei demais todas as pessoas que gostam de mim, tanto que algumas já até foram embora, se é que algum dia estiveram comigo, se é que gostavam de mim.
Enfim, eu fui desfavorecida em todos os sentidos: gorda, feia, sem graça, chata, nervosa, triste, e quando eu acho que todos os meus amigos me abandonaram, nem posso reclamar pra minha mãe ou pro meu pai, porque também não tenho. Acha que eu apelei? Mas é verdade, porra! Quem tem mãe e pai não sabem a falta que faz. Nunca ficaram sem...
Sabe o que é mais engraçado? Quando eu quero morrer aparece no mínimo 10 pessoas pra me dizer que eu devia pensar em quem me ama... HAHAHAHAHAHAHAHAHA É pra rir, né...
O foda é que ainda me sinto mal por reclamar assim, parece que quem esteve do meu lado na maioria das vezes tá sendo injustiçado. Desculpe, não é a minha intenção. Mas to me sentindo sozinha agora, eu to sozinha. Tenho o direito de reclamar, não to cobrando nada de ninguém, sério. Só reclamando.
Minha vida é uma incrível piada mesmo. Agora tá lá, um monte de gente que acha que minha vida é ótima e que eu estou (ou pelo menos deveria estar) super feliz. Troco com qualquer um, só pedir.
Tenho mais nada pra falar não.

domingo, 26 de setembro de 2010

Malva tendo um colapso nervoso...

Sim, pois falarei dos meus lindos sonhos prosaicos que sofrem do ostracismo da puta que o pariu. Parei.
Agora sério. Tenho dormido demais, muito mesmo. Dia 24 de setembro simplesmente não existiu pra mim. Deitei na quinta e acordei no sábado... tá, já não era mais quinta, mas eu sou daquelas que só consideram o dia depois que acordou, como ainda não tinha ido dormir, era quinta ainda. Dormi das 5h da manhã de sexta até às 9h da manhã de sábado. DIRETO. Aí no sábado deitei às 16h e acordei às 8:30 do domingo. COM SONO. Aí hoje, lá pelas 14h me deu um sono desgraçado, mas me segurei pra não dormir, primeiro porque não tava em casa e segundo porque já sei onde isso vai parar se eu não controlar... então to me segurando aqui até agora, mas morrendo de vontade de dormir. Vou daqui a pouco, antes resolvi vir aqui escrever umas abobrinhas.
Um dos motivos de eu estar amando dormir é, claro, o fato de minha vida ser insuportável. Por este motivo estar dormindo todo o tempo é muito mais agradável do que acordar. O outro motivo, que é estritamente relacionado ao primeiro, são meus sonhos, que me proporcionam uma ótima alternativa a essa vida insuportável.
Como já disse antes, meus sonhos são incríveis! Muito mesmo! Não só tematicamente, mas também estruturalmente. Dou um olé no Nolan. Minha última invenção foi poder escolher o sonho entre várias opções dispostas em "janelas" (quando digo "escolher" quero dizer inconscientemente, óbvio, afinal estou sonhando, não é que eu escolha antes de dormir...). Assim, tinha uma janela sobre futebol, outra sobre Harry Potter, outra sobre amigos e outra sobre Interunesp (oi?). Foi muito engraçado. Quanto aos meus sonhos interrelacionados nem falo nada, eles já são naturais. Mesma coisa a quantidade de sonhos que eu lembro por dia: nos dias de baixa produção, três; nos de alta, sete. Tem as camadas também (super me identifiquei em A origem), que geralmente envolvem eu acordando para contar o sonho para alguém e aí percebo que ainda estou sonhando, etc. Máximo de camadas já atingidas: cinco. Confesso que é de endoidar, quando acordei de verdade tive medo de ainda estar sonhando, mas é uma sensação maravilhosa.
Bem, eu poderia ficar milênios tentando explicar os vários tipos de sonho que tenho, mas esse não é o objetivo do post, não o principal (vejam como estou me especializando em enrolações, escrita acadêmica manda um beijo!). O que eu quero dizer é: com essa imensidão de coisas interessantes nos meus sonhos, por que cargas d'água quererei eu acordar? E agora meus sonhos estão incrivelmente reais, mais reais do que algumas lembranças inclusive. Consigo lembrar de pequenos detalhes, gestos, cheiros, lugares... ah! E agora também dei pra lembrar de sonhos antigos, assim, do nada! Acordo de algum desses sonhos doidos e aí lembro de algum que sonhei há 15 anos atrás que não tem nada a ver com o sonho que acabei de ter, pelo menos não com os que lembro... Vocês devem estar se perguntando como é possível eu me lembrar de quando eu sonhei alguma coisa, mas eu me lembro, porque lembro do que pensei/senti quando acordei e geralmente esses pensamentos/sentimentos estavam ligados a coisas que estavam acontecendo na época. Óbvio que eu posso me enganar às vezes; por exemplo, o sonho de que lembrei hoje pode ter sido sonhado há 5 ou 10 anos, não tenho certeza, mas a maioria eu lembro.
Enfim, com todas essas informações que lhes passei até agora já é meio óbvio qual será a conclusão, ainda mais pra quem já assistiu A origem. Decidi que não quero mais acordar. Decidi que os sonhos são a minha realidade. Sim, decidi. Escondi meu totem no cofre e estou esperando pelo meu trem. Pena que eu tenha que estar sozinha nisso.
Love you.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Resultado do concurso!

Olá pessoal! Então, finalmente o resultado do concurso!!!!
Primeiro quero agradecer a todos que participaram. Muito obrigada!
Bem, eu iria escolher a interpretação que eu tivesse mais gostado, mas teve pelo menos três que eu amei e não poderia escolher entre elas, então eu fiz um sorteio entre as melhores interpretações e o vencedor foi... Guilherme Mariano! Parabéns, Guilherme! Seu prêmio é o livro "Tristão e Isolda" (que eu ainda tenho que procurar, porque não sei onde está...). Logo entro em contato com você para falarmos sobre a entrega do prêmio.
Mais uma vez obrigada, pessoal. Logo faço mais promoções.
Love you.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

22 de setembro

Oh dia! Dia que eu tanto adoro. Pra começar hoje é o aniversário do Bilbo e do Frodo, assim como o dia que o Frodo saiu de Bolsão em sua longa jornada para a Montanha da Perdição e também o dia que ele foi para os Portos e mais um monte de coisas...
Hoje também faz seis anos que li Harry Potter pela primeira vez. Hoje tem trailer novo da parte 1 das Relíquias da Morte.
Hoje tem Corinthians e Santos.
Hoje é aniversário do Aslam.
E hoje é aniversário do Renato, meu grande amigo, que é fofo, inteligente e nunca se esquece de mim, mesmo a gente morando em cidades diferentes há séculos! Super beijo, Re!
Parabéns Bilbo, Frodo, Renato e Aslam!!! Amo todos vocês!
E beijinho para a Primavera!

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Livros

ESSE POST CONTÉM SPOILERS DE HARRY POTTER. CUIDADO!

Então, gente. Título enganoso. HÁ! Não falarei de livros, pelo menos não no sentido que o título dá a entender, eu acho. Falarei de dois na verdade, mas não de dois livros, duas obras: a obra do Tolkien e Harry Potter.
Pra quem ainda não ouviu essa história, eu odiava muito Harry Potter, mas MUITO mesmo! Simplesmente porque todo mundo ficava comparando com O Senhor dos Anéis. Eu ficava muito puta! Quando estava para sair "As Duas Torres" no cinema eu comecei a ficar paranóica, achando que ia acontecer alguma coisa que iria me impedir de assistir o filme. Pra ajudar, eu fui assistir "A Câmara Secreta" no cinema, só pra ver o trailer de "As Duas Torres". Aí pronto! Além de ficar com mais raiva ainda de Harry Potter (embora tenha simplesmente amado o Snape e o Lucius Malfoy), ainda fiquei achando que ele tinha um plano pra me impedir de assistir "As Duas Torres". Isso mesmo! Quantos anos eu tinha? Quase 18. Algum problema pra você? Não? Acho bom!
Uma semana antes do filme estrear eu tava mais nervosa ainda. Nem saía de casa pra não dar chance ao azar. Mas uma amiga minha, a Deise, me convenceu a dar uma volta no bairro mesmo, só pra espairecer, aí fui. No meio do caminho encontramos um outro amigo meu, o Maxwell, que estava passeando com seu cachorro preto gigante. Eu olhei pro cachorro, o cachorro olhou pra mim e começou a latir sem parar e eu comecei a chorar falando que o cachorro trabalhava pro Harry Potter e que ele tinha ido lá pra me morder e me impedir de ver "As Duas Torres". Meu amigo tentava argumentar falando que SEMPRE tivera o cachorro e que ele estava lá há muito tempo e que não tinha sido o Harry Potter que havia mandado o coitado lá, mas não adiantava. Voltei pra casa correndo. Detalhe: eu não tinha lido e nem ninguém tinha me contado nada sobre o sinistro do terceiro livro. Você podem imaginar como ri quando li Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban, né? Eu tava certa, afinal... Mas consegui ir ver "As Duas Torres". Várias vezes. E foi a estréia mais linda que já fui; mais linda, inclusive, que "O Retorno do Rei".
Meu ódio por Harry Potter continuou por muito tempo ainda. Lembro que uma vez passou uma propaganda de "O Prisioneiro de Azkaban" super dramática, aí eu falei: "Aposto que esse prisioneiro de Azkaban é inocente, do jeito que esse povo é sem imaginação...". Mas quando li não achei sem imaginação, ok? Enfim... não foi nada fácil me convencer que Harry Potter era bom.
Engraçado que não consigo me lembrar quando comecei a odiar a J. K. Rowling... deve ser algo genético ou sei lá. Não tenho um motivo pra odiá-la, mas odeio muito!
Bem, aí começou minha transformação... um amigo começou a me contar a história da série, achei interessantinha, principalmente por saber que o Snape estava sempre por lá. Na época ele me contou a história da "Pedra Filosofal" e "A Câmara Secreta" eu tinha assistido... Aí... meu cunhadinho falou que tinha o jogo do Harry Potter e eu falei "Putz! Tá me zuando! Odeio videogame e odeio Harry Potter, como assim?" Mas o jogo era super simpático, principalmente porque não precisava apertar todos os botões do controle ao mesmo tempo, meu grande problema com videogames. Aí passei até a gostar um pouquinho de Harry Potter... mas nada que me fizesse ler.
Quase dois anos depois estava saindo "A Ordem da Fênix" e a mulher do meu cunhado estava lendo. Lembro que cheguei a folhear, pensando "eu até podia ler... mas não gosto de coisas que imitam o Tolkienzinho!". Agora, vocês não podem me culpar por pensar isso, afinal todo mundo que conversava comigo colocava os dois como a mesma coisa e eu fui assistir "A Câmara Secreta", vi a Aragogue, dois meses antes de achar que iria ver a Laracna... achava super copião mesmo!
Em 2004 mudei pra São João de Iracema de novo e então minha amiga Carol não parava de falar em Harry Potter. Ela dizia "VOCÊ TEM QUE LER!!!" e eu super disfarçona "Ah tá, eu vou ler sim... (aham, Cláudia!)". Um dia estávamos indo de ônibus para General Salgado e ela me pediu para contar a história do terceiro pra mim e eu deixei, afinal não tinha a mínima intenção de ler mesmo... e aí ela foi contando e eu fui gostando de verdade. Óbvio que ri com o fato de o prisioneiro ser mesmo inocente, mas tudo bem. E sim, eu li o "Prisioneiro de Azkaban" sabendo de tudo. Quando chegamos em São João ela disse "Olha, eu estou com os dois primeiros livros aqui em casa, que eu peguei emprestado da Thaís, vou te emprestar e já peço o terceiro pra ela, ok?" e eu "Tudo bem (ainda estava meio assim de ler)". Cheguei em casa, fui pro quarto e comecei. Quando tava no fim do primeiro capítulo lembrei que era dia 22 de setembro. QUASE MORRI! Mas chorava, mas chorava! Aquilo era alta traição com o Tolkienzinho, como eu podia ter feito aquilo... (nem vou me dar ao trabalho de explicar por que, acho que todo mundo sabe, né). Óbvio que o Tolkienzinho só ria e falava "Mirane, não tem problema! Harry Potter não é um concorrente. Não tem nada de traição em ler outros livros... mesmo no dia 22 de setembro..." Aí, depois de horas de conversa com o Tolkienzinho ele me convenceu de que eu não tava fazendo nada errado, então continuei. Terminei o primeiro no dia seguinte. O segundo terminei dia 24 e já fui atrás do terceiro, já avisando a Thaís pra me emprestar o quarto. Mas ela não sabia onde tava, já fiquei deseperada... só ela e mais uma pessoa da cidade tinha os livros. Fui atrás da outra pessoa e ele disse que tinha mesmo, nem tinha lido e nem ligava, se eu não queria comprar. Comprei. Até o fim da semana tinha terminado todos. Mas tinha um problema: NINGUÉM NAQUELA MERDA DE CIDADE TINHA O QUINTO LIVRO! Na hora lembrei da mulher do meu cunhado. Liguei pro meu namorado e disse: "Esse fim de semana você vem pra cá e ME TRAZ ESSE LIVRO!" Ele trouxe! (: E eu li no fim de semana e aí começou o desespero. Não existia o sexto ainda. Sairia só em julho do próximo ano. Merda! Como eu ainda tinha que ir em Birigui pra pagar algumas contas e receber meu seguro desemprego, aproveitei e comprei TODOS os livros. Inclusive "Animais fantásticos e onde habitam" e "Quadribol através dos séculos". Aí aconteceu um monte de coisas. De setembro até julho eu reli os cinco livros sete vezes, larguei do meu namorado, passei no vestibular, mudei pra Rio Preto, conheci pessoas por causa do Harry Potter (Jaini, Elene). Aí.... aí! Meu inglês não é lá essas coisas e em 2005 então... Chegou julho. Já tinha saído o livro. As pessoas já sabiam quem tinha morrido e eu queria saber! Elene e Jaini diziam que me matariam se eu falasse pra elas. Eu já suspeitava que fosse o Dumbledore, por causa das capas. No dia do meu aniversário chega a Elene com um pedaço de bolo e cara de choro: "Sem querer eu fiquei sabendo quem morre. Adivinha" eu "O Dumbledore!" ela "Você sabia já?" eu "Não! É ele mesmo?" ela "É!" BUÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁ. Elene de novo: "Adivinha quem mata" eu "O Snape" ela "Mas como você sabe?" eu "É ele mesmo? Eu não sabia... VADIA, BISCATE, EU NÃO ACREDITO QUE ELA FEZ ISSO! Agora todo mundo vai pensar que o Snape é mau." Elene "Mas ele matou o Dumbledore, Mirane. É claro que ele é mau" eu "Não, não é! Impossível isso. Aposto que foi tudo parte de um plano". Aí fui pra internet pra ver. Quando vi o "Severus, please..." foi muito "UFA! Tava certa" PORQUE ERA MUITO ÓBVIO E SÓ AS PESSOAS ABSURDAMENTE BURRAS E IDIOTAS E RETARDADAS NÃO SE TOCARAM QUE O SNAPE ERA FODA E ERA ÓBVIO QUE O DUMBLEDORE JAMAIS IRIA SUPLICAR PELA PRÓPRIA VIDA. Fiquei muito puta! MUITO! Como era possível alguém que tivesse lido os cinco livros anteriores pensar que o Snape era realmente mau e o Dumbledore tivesse suplicado pela vida... Até hoje me irrito com isso. Nem preciso dizer que no dia seguinte fui no shopping e comprei o livro em inglês mesmo. E li. Daquele jeito. Mas aí ficou tudo muito claro. Tanto que o capítulo "The Prince's Tale" do sétimo livro pra mim não tinha nenhuma novidade. Um detalhe ou outro só, PORQUE O SEXTO LIVRO DEIXA TUDO AQUILO CLARO PRA QUEM NÃO É FRESCO E PRECONCEITUOSO E FICA IMPLICANDO COM O MELHOR PERSONAGEM DO LIVRO!
Acalmei.
O sétimo também comprei em inglês. Li em 4 dias. Meu inglês já era um pouquinho melhor. Mas só um pouquinho. O melhor foi: madrugada de 24 para 25 de julho, meu aniversário. Prova de poesia portuguesa no dia seguinte e eu lendo Harry Potter. Quando deu meia-noite Stheffany e Camila entram com um doce de chocolate cantando parabéns pra você e eu com a cara mais vermelha que pimenta, mil lágrimas escorrendo. Sthé "O que foi?" eu "O Fre-e-ed morre-e-e-uuu..." BUÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁ. Todo mundo chorando. O melhor foi no dia seguinte, durante a prova, numa pergunta sobre literatura e realidade, eu querendo citar o Dumbledore... foi por bem pouco. Ainda bem que não citei, já fui mal na prova, se tivesse citado teria tirado 0. Professores cheios do preconceitos... Enfim! teria um milhão de coisas pra contar sobre Harry Potter ainda, como por exemplo o tempo que fiquei deprimida por causa da morte do Dumbledore e um amigo querendo me animar (ele nunca tinha lido Harry Potter) me comprou um picolé de limão, o que me fez chorar escandalosamente na cantina da faculdade. E também o dia que fiquei mais bêbada que o Batman e ficava choramingando "O Dumbledore morreuuu" e mais várias coisas. Mas esse não é ponto do post. Não mesmo.
Agora Tolkien... ah... o que dizer? Não há. Fiquei doente de vontade de ver o filme mesmo antes de sonhar o que era O Senhor dos Anéis, tirem daí... mas tive que esperar o DVD, na verdade, no meu caso, ainda era VHS. Quando saiu, fui na minha linda locadora e SÓ TINHA DUBLADO. Putz! PUTZ! Tive que levar né... ODIEI. MUITO. Três dias depois comprei o livro. Tenho disso às vezes, um ódio meio amoroso. Li em três dias. DEUS! O que era aquilo? Está além de qualquer expressão, qualquer palavra, qualquer explicação. Um mês depois eu já tinha o Contos Inacabados, O Silmarillion e O Hobbit, além de milhões de revistas, CD da trilha sonora do filme, o filme e mais mil coisas!
E tudo isso até agora para chegar ao ponto que eu queria. [Puta que o pariu, até que enfim, que menina enrolada!]
Eu passei muito tempo ainda com a consciência pesada achando que gostar de Harry Potter era traição com o Tolkienzinho, embora tivesse percebido de cara, quando li os livros, que não tinha nada a ver. Assim, ambos são fantasias (aguardem tese de doutorado, 2014), mas são completamente diferentes. Pensei muito sobre isso e nunca consegui chegar a uma conclusão em relação aos meus sentimentos sobre essas obras, o mais próximo que consegui é o seguinte:
A obra do Tolkien, pra mim, é algo inexplicável. A genialidade e a perfeição dele são intraduzíveis em palavras. Quem me conhece já sabe: Tolkien é a minha vida! A sua obra, pra mim, é algo profundo, além da compreensão e a tristeza que sinto é como, não sei, é a tristeza de "some things that should not have been forgotten" mas "were lost". Como já disse, não sei explicar. Mas o que quero dizer é que a obra do Tolkien é parte de mim, então não tem porque eu ficar de consciência pesada quando leio outras obras pois, não importa o quanto eu goste dessa outra obra, nenhuma NUNCA significará pra mim o que a do Tolkien significa. Resumindo: a obra do Tolkien, pra mim, está acima de qualquer tipo de comparação ou adjetivação. Ela é!
Já o Harry Potter é uma coisa tão próxima, mas tão próxima que quando morre alguém lá a dor é real, presente, como se fosse alguém daqui. A morte do Fred foi como a morte de um amigo meu daqui e desafio qualquer um a dizer que o Fred não era meu amigo. Porque ele era. Um dos melhores. Harry Potter existe aqui. E isso faz dela a melhor série já escrita e, dentre a literatura mortal*, a minha favorita!

*Uso ali o termo "literatura mortal" em oposição à "literatura imortal", cujo único integrante é a obra do Tolkien.

Love you.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Harry Potter and the Deathly Hallows


"'Just - just to be clear,' he said. 'You want to leave Tonks at her parents' house and come away with us?'
'She'll be perfectly safe there, they'll look after her,' said Lupin. He spoke with a finality bordering on indifference. 'Harry, I'm sure James would have wanted me to stick with you.'
'Well,' said Harry slowly, 'I'm not. I'm pretty sure my father would have wanted to know why you aren't sticking with your own kid, actually.'" p. 212

"'If the new regime thinks Muggle-borns are bad,' Harry said, 'what will they do to a half-werewolf whose father's in the Order? My father died trying to protect my mother and me, and you reckon he'd tell you to abandon your kid to go on an adventure with us?'" p. 214

"'Parents,' said Harry, 'shouldn't leave their kids unless - unless they've got to.'" p. 215

"'Hermione!' said Harry. 'Calm -'
'I will not calm down!' she screamed. Never before had he seen her lose control like this; she looked quite demented. 'Give me back my wand! Give it back to me!'
'Hermione, will you please -'
'Don't you tell me what to do, Harry Potter!' she screeched. 'Don't you dare! Give it back now! And YOU!'
She was pointing at Ron in dire accusation: It was like a malediction, and Harry could not blame Ron for retreating several steps.
'I came running after you! I called you! I begged you to come back!'
'I know,' Ron said, 'Hermione, I'm sorry, I'm really -'
'Oh, you're sorry!'
She laughed, a high-pitched, out-of-control sound; Ron looked at Harry for help, but Harry merely grimaced his helplessness.'" p. 380-381

"'Yes - yes - a boy,' said Lupin again, who seemed dazed by his own happiness. He strode around the table and hugged Harry; the scene in the basement of Grimmauld Place might never have happened.
'You'll be godfather?' he said as he released Harry.
'M-me?' stammered Harry.
'You, yes, of course - Dora quite agrees, no one better -'
'I - yeah - blimey -'" p. 514

"'Am I too late? Has it started? I only just found out, so I - I -'
Percy spluttered into silence. Evidently he had not expected to run into most of this family. There was a long moment of astonishment, broken by Fleur turning to Lupin and saying, in a wildly transparent attempt to break the tension, 'So - 'ow eez leetle Teddy?'
Lupin blinked at her, startled. The silence between the Weasleys seemed to be solidifying, like ice.
'I - oh yes - he's fine!' Lupin said loudly. 'Yes, Tonks is with him - at her mother's -'
Percy and the other Weasleys were still staring at one another, frozen.
'Here, I've got a picture!' Lupin shouted, pulling a photograph from inside his jacket and showing it to Fleur and Harry, who saw a tiny baby with a tuft of bright turquoise hair, waving fat fists at the camera.
'I was a fool!' Percy roared, so loudly that Lupin nearly dropped his photograph. 'I was an idiot, I was a pompous prat, I was a - a -'
'Ministry-loving, family-disowning, power-hungry moron,' said Fred.
Percy swallowed.
'Yes, I was!'
'Well, you can't say fairer than that,' said Fred, holding out his hand to Percy.
Mrs. Weasley burst into tears. She ran forward, pushed Fred aside, and pulled Percy into a strangling hug, while he patted her on the back, his eyes on his father.
'I'm sorry, Dad,' Percy said.
Mr. Weasley blinked rather rapidly, then he too hurried to hug his son." p. 605-606

"'Look... at... me...' he whispered.
The green eyes found the black, but after a second, something in the depths of the dark pair seemed to vanish, leaving them fixed, blank, and empty. The hand holding Harry thudded to the floor, and Snape moved no more." p. 658

"'After all this time?'
'Always,' said Snape." p. 687

"'Tell me one last thing,' said Harry. 'Is this real? Or has this been happening inside my head?'
Dumbledore beamed at him, and his voice sounded loud and strong in Harry's ears even though the bright mist was descending again, obscuring his figure.
'Of course it is happening inside your head, Harry, but why on earth should that mean that it is not real?' p. 723

"'Albus Severus,' Harry said quitly, so that nobody but Ginny could hear, and she was tactful enough to pretend to be waving to Rose, who was now on the train, 'you were named for two headmasters of Hogwarts. One of them was a Slytherin and he was probably the bravest man I ever knew.' p. 758