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I hate everything, except some things

sábado, 27 de novembro de 2010

Pássaros

Ela matara o pássaro!
Ele ficara muito bravo! Adorava pássaros.
- Você não devia ter matado! O que ele te fez?
O pássaro estava aos seus pés.
- Não é questão de fazer ou não fazer. Eu tenho um estilingue, ele é uma coisa que voa. Eu acertei ele, ele morreu. Simples assim. - Disse ela.
- Você não tem coração!
- Seus argumentos são sempre tão inválidos. Não tem nada a ver com coração. Quer que eu desenhe? Estilingue+bicho-que-voa+eu-acerto-bicho-que-voa=bicho-morto.
- Você não existe! - Disse o menino com ódio. - Quero ver quando eu contar pra sua mãe se os seus argumentos serão tão válidos assim. Você sabe o quanto ela adora que você mate "bichos-que-voam"
- Vai lá correndo então! Quero ver provar, jogo esse bicho morto ali no rio em dois segundos. - Disse a menina pegando o corpo do pássaro e correndo em direção ao rio enquanto o menino ia em direção à casa, furioso.
Quando a menina chegou ao rio, ia se abaixando para jogar o corpo do pobre pássaro no rio quando percebeu um movimento a sua direita. Olhando de soslaio viu uma grande cobra se aproximando, mas aparentemente a cobra não havia se dado conta da presença da menina. Ela ficou paralisada por cinco segundos e depois correu como nunca antes. Correu tanto que encontrou o menino ainda longe da casa. Ele logo pensou que ela havia se arrependido e voltado para lhe pedir que não contasse nada, mas quando ia abrir a boca para dizer que nada iria adiantar, viu que ela tremia e estava muito pálida.
- O que aconteceu?
- Cobra... enorme... perto do rio... - Foi tudo que ela conseguiu dizer antes de começar a chorar.
Ele olhou para trás e sentiu mais do que viu um movimento próximo ao rio. Passou os braços em torno dos ombros da menina e a levou até a casa. Quando chegaram, a mãe quis saber o que havia acontecido e ele contou toda a parte da cobra, omitindo a parte do pássaro. Enquanto a mãe corria para avisar o pai da cobra que estava por perto, gritava para os dois:
- Mas o que faziam perto do rio? Já não disse que lá é perigoso!?
Ele respondeu:
- Nada. Só olhando...
A menina olhou para ele, ele desviou o olhar e ali ela soube que o amaria para sempre.
Ele já sabia isso. Há muito tempo.

6 comentários:

  1. muito bom hein!
    parabéns.
    me visita?
    www.manuscritosdigitados.blogspot.com

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  2. Lindo! Vai pra próxima coletânea? HAHA

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  3. Espero que sim, André! tem mais um aqui na mente, mas vai esperar amanhã...

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  4. Adorei! Lindo! Estou esperando pelo próximo...

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  5. Obrigada, Paty!!!!
    Você é pessoa "decente" hahahahahaahaha

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