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I hate everything, except some things

domingo, 24 de outubro de 2010

Post eterno

Venho pensando nesse post por séculos e agora que vim aqui escrever não tenho a mínima idéia de como começar. Já tentei escrever antes sobre essas coisas, mas nunca dá certo. Mas vamos tentar, né. Escrever (deve) faz(er) bem.
Minha vida é uma merda. Muito merda. E a maioria das pessoas acham que sou ingrata ou pessimista, mas, com licença, o que você sabe da minha vida pra dizer isso?
Façamos uma analogia que talvez, quem sabe, possa esclarecer um pouco as coisas:
Imagine uma pessoa jogada num deserto enorme, um deserto sem fim. Essa pessoa está lá jogada, sozinha, sem roupa, sem comida, toda queimada e machucada, praticamente morta. Sua comida acabou há vinte dias e ela só tem mais 50 ml de água. Aí aparece alguém e lhe dá 4 litros de água. Quando essa água está quase acabando, aparece mais uma pessoa e lhe dá mais 2 litros de água e meio pedaço de pão. Mais uma vez, quando essa água está acabando aparece mais uma pessoa e dá a esse ser mais 4 litros de água e um pão. O ser do deserto não quer mais nada, só quer morrer e embora algumas pessoas tenham lhe dado alguns litros de água e um pão e meio, ninguém lhe ajudou de verdade. Ela continua jogada no deserto, sofrendo, toda machucada e sozinha. Óbvio que as pessoas lhe dizem "Mas você não consegue ver o lado bom? E se ninguém tivesse dado água ou meio pão a você? Não seria pior?" Claro que seria! Mas isso não muda o fato dessa pessoa continuar jogada sozinha num deserto sem fim. Ela tem direito de reclamar da sua existência miserável. Claro que vocês entenderam o que eu quis dizer.
Uma coisa que as pessoas tem que aprender é que por mais bonita que pareça a vida de uma pessoa, não tem como saber se ela está realmente bem. Mesmo eu, por exemplo. Às vezes penso que seria uma maravilha ser como algumas pessoas que tem seus pais, uma família, ou uma pessoa que pode comprar os livros que quiser e os filmes que quiser e viajar para onde quiser, mas no fundo, eu também não sei como a vida dessa pessoa realmente é. Eu não tenho como saber. Meu julgamento é externo. Então, por favor, parem de me encher. Vocês não tem a mínima idéia da existência miserável que eu levo, por mais "bonita" que minha vida pareça ser. Ninguém sabe o quanto é ruim querer morrer a cada respiração. O quanto a vida parece vazia, sem sentido e sem propósito. Você pode ter a sua percepção disso, mas não a minha, então você não pode me julgar e eu posso reclamar o quanto quiser.
Algumas pessoas podem achar teatrinho demais o que to escrevendo, mas eu não ligo. Quem sabe assim haja algum propósito nas minhas reclamações: ser teatro pra alguém.
Minha vida inteira é uma agonia sem fim. E não só a minha. Não conheço uma pessoa que tenha se beneficiado com a minha existência. Comecemos do começo:
Minha mãe: eu fudi a vida dela! Ela era nova, provavelmente ia fazer um milhão de coisas, talvez nem fosse fazer tanta coisa errada quanto fez se não fosse por mim. Ela não amava o meu pai o suficiente pra casar e, no entanto, por minha causa, TEVE que casar. Separou pouquíssimo tempo depois e aí fudeu a vida do meu pai também, que a amava loucamente. Claro que ela tentou se livrar de mim antes de eu desgraçar a vida de todo mundo, mas nem deu hein... aí eu fui crescendo e fui atrapalhar outros ramos da família. Passei pela casa de todas a minhas tias, até acabar com os tios que me criaram. Atrapalhei-os infinitamente. Por 21 anos. Atrapalhei a Paula, a Dalva, todo mundo ligado àquela família. Atrapalhei minhas amigas e amigos por toda a minha vida. Fiz com que chorassem, com que se sentissem culpados. Atrapalhei meus animais de estimação. Atrapalhei meus namorados. Atrapalhei cada ser que existiu e que teve o azar de cruzar o meu caminho. Agora será que alguém pode me dizer por que tudo isso? Por que eu não posso simplesmente sumir e deixar todo mundo em paz?
Tudo vai ficar bem.

The Smiths

Uma banda incrível descoberta acidentalmente, as always! Segue abaixo algumas letras que, pra quem me conhece, entende porque eu amo.

Asleep

Sing me to sleep
Sing me to sleep
I'm tired and I
I want to go to bed
Sing me to sleep
Sing me to sleep
And then leave me alone
Don't try to wake me in the morning
'Cause I will be gone
Don't feel bad for me
I want you to know
Deep in the cell of my heart
I will feel so glad to go

Sing me to sleep
Sing me to sleep
I don't want to wake up
On my own anymore
Sing to me
Sing to me
I don't want to wake up
On my own anymore
Don't feel bad for me
I want you to know
Deep in the cell of my heart
I really want to go

There is another world
There is a better world
Well, there must be
Well, there must be
Bye bye.


There is a light that never goes out

Take me out tonight
Where there's music and there's people
Who are young and alive
Driving in your car
I never never want to go home
Because I haven't got one
Anymore

Take me out tonight
Because I want to see people
And I want to see lights
Driving in your car
Oh please don't drop me home
Because it's not my home
It's their home
And I'm welcome no more

And if a double-decker bus
Crashes into us
To die by your side
Such a heavenly way to die
And if a ten-ton truck
Kills the both of us
To die by your side
Well, the pleasure and the privilege is mine

Take me out tonight
Oh take me anywhere
I don't care, I don't care, I don't care
And in the darkened underpass
I thought "Oh God, my chance has come at last"
But then a strange fear gripped me
And I just couldn't ask

Take me out tonight
Take me anywhere
I don't care, I don't care, I don't care
Just driving in your car
I never never want to go home
Because I haven't got one
Oh, I haven't got one

There is a light that never goes out
There is a light that never goes out
There is a light that never goes out
There is a light that never goes out...

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Indeed

Alguém se lembra do Robert dizendo isso? Tãããããããoooo lindo!
Contar uma coisa pra vocês: ele nem sabe que eu existo. HÁ! Mas tudo bem. Que graça teria a vida se alguma coisa desse certo.
Vou fazer uma lista do que eu me fudi essa semana: me fudi no Banco Imobiliário, me fudi no Paciência Spider, me fudi no mestrado, me fudi com as pessoas, me fudi com a vida, me fudi até com Deus, mas ele me perdoa...
Minha melhor amiga me odeia, meu namorado é um santo, senão me odiaria também. Minha família me odeia, minha cachorra, obviamente me odeia, afinal eu a mandei embora. Minhas músicas me odeiam, minha cadeira me odeia. Quem mais me odeia? Até o Mauro Cezar me odeia... Minha mãe então, uhhhh!!! Queria me abortar, já contei? O padre apoiava, mas minha vó não deixou. Acho que minha vó não me odiava... ou talvez fosse minha mãe que não me odiava e por isso queria evitar que eu viesse pro mundo. Ih, mãe, fudeu!
Já deu, né? Escrever bêbada nem vira...
I DON'T LOVE ANYONE (To só cantando....)

domingo, 17 de outubro de 2010

"It was the cold chill hour before the first stir of dawn"

Essa é uma das coisas mais lindas que eu aprendi com The Lord of the Rings. Sério!!! Além de ser uma frase lindíssima, é muito verdade e foi uma daquelas coisas que (não sei se vocês já passaram por isso com algum livro, mas Proust faz isso demais, pelo menos pra mim), embora eu sempre tenha percebido, nunca tenha dado valor suficiente para colocar em palavras. Tipo quando Proust descreve a sensação de acordar no meio da noite (não me lembro direito, li No caminho de Swann há cinco anos) e perceber os objetos, os móveis de maneira diferente. Não sei explicar. Não sou Proust. Nem Tolkien. Mas então. A hora fria que antecede a aurora, pra mim, era algo que eu sempre percebi, mas nunca tinha falado sobre, porque é tão normal, tão "corriqueiro" e aí vem algum gênio e transforma isso em uma coisa tão maravilhosa, tão perceptível e te faz pensar "Como eu não percebi a relevância e a beleza disso antes?" Afinal, são desses momentos que não nos parecem importantes e por isso não fazemos questão de guardar na memória que as verdadeiras memórias são feitas, não é Proust?
Tudo isso pra dizer que essa frase do título, por mais incrível que pareça, afinal, pelo que me lembre, não é normal que palavras despertem a memória involuntária (ou é, Orlando?), é a minha madeleine no chá. Todas as vezes que leio isso em The Lord sou transportada para a minha infância na fazenda, quando todos os dias eu acordava nessa hora super simpática da noite e, como disse, não achava importante o suficiente par me lembrar depois.
Mais um ponto para o Tolkien! (Como se ele precisasse!)
Love you.

domingo, 10 de outubro de 2010

Prefácio de Victor Hugo a Os miseráveis

"Enquanto, por efeito de leis e costumes, houver proscrição social, forçando a existência, em plena civilização, de verdadeiros infernos, e desvirtuando, por humana fatalidade, um destino por natureza divino; enquanto os três problemas do século - a degradação do homem pelo proletariado, a prostituição da mulher pela fome, e a atrofia da criança pela ignorância - não forem resolvidos; enquanto houver lugares onde seja possível a asfixia social; em outras palavras, e de um ponto de vista mais amplo ainda, enquanto sobre a terra houver ignorância e miséria, livros como este não serão inúteis."