Eu devia estar dormindo. E digo isso realmente querendo dizer exatamente isso; não é somente um jeito de começar um post que, aposto, já usei antes. Mas, enfim, não estou dormindo e estou aqui pra falar de uma coisa que já foi falada muitas vezes e que eu queria muito poder acreditar.
Estava pensando como minha vida está uma merda. Super gorda, sem pescoço, com papo, uma barriga do tamanho de uma grávida de 8 meses (sem exageros), sem cabelo, com a cara cheia de espinhas, sem trabalho, sem dinheiro, sem vida social e sem nenhuma utilidade para o universo. Não estou me diminuindo aqui, isso foi uma descrição. E, no entanto, nada disso devia me fazer pensar que meu único caminho é morrer, pois nada disso me define. Por que eu tenho menos valor só por ser gorda ou pobre? Falhei aos olhos da sociedade? Sim. Mas que se dane a sociedade. Eu já tenho doenças demais pra lidar e não to a fim de adicionar “ligar para o que os outros pensam”. Mas aí vem “o que eu penso” e o que eu penso é que tudo isso me faz me sentir horrível, inútil, completamente descartável. Eu sei que eu fui condicionada a me sentir assim. Não tem um dia em que alguém ou alguma coisa não jogue na minha cara o fracasso que eu sou. Mas eu não devia ligar, certo? Certo. Mas infelizmente eu ligo.
Então estou aqui, um balão gigante cheio de espinhas, tentando me convencer de que não preciso ser diferente do que sou para ter valor e falhando miseravelmente. Como sempre.
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