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domingo, 22 de outubro de 2017

A caipirinha de morango com tequila ou PROMOÇÃO 3

Oeee
Não, eu não estou bêbada.
Embora seja cinco e pouco da manhã de um domingo sem jogo do Corinthians (inaceitável) e eu tenha acabado de fazer uma caipirinha de morango com tequila. Como dizem, a noite é uma criança. E eu sou uma adulta irresponsável. YAY.
O que eu tenho pra falar? Sério? Você vai me perguntar isso? Aqui?
Não tenho nada para falar. É só um daqueles dias em que quero escrever. Podia tá escrevendo o resumo do meu capítulo, escrevendo um dos meus três livros ou até meu projeto de pós-doc, mas não. To aqui.
Estar aqui é como a caipirinha de morango. É necessário? Não exatamente, mas eu quero, então que se dane.
Com certeza vou me repetir de algum jeito porque não tenho nada novo pra falar.
Exceto uma coisa, que eu não posso falar.
Oh! Vamos brincar de mistério!
Vou escrever em código.

Why do you call me?
When you know I can't answer the phone

I don't believe that anybody
Fells the way I do, about you now
There are many things that I
Would like to say to you but I don't know how

Fuck you, fuck you very very much

Does it help?
No it doesn't help at all

Ok, chega disso. O mistério acabou.
Tá chovendo e eu queria encontrar um meio de expressar o sentimento da frase "a vida não tem o mínimo sentido" com outras palavras para fazer as pessoas entenderem. Ir além das palavras, essas já não servem mais. É por isso que a gente gosta de ficção. É o único lugar onde as coisas fazem sentido, mesmo quando não fazem. Você sabe o que esperar da ficção. Talvez não antes de abrir o livro ou de começar o filme, mas as coisas vão se organizando de um jeito que você acaba se preparando para o que está por vir, mesmo que seja surpreendente.
Na vida, não. É tudo uma bagunça. Não importa o que você fez ou deixou de fazer, suas escolhas não importam, o caminho que você escolheu seguir não importa. Nada importa. As coisas só acontecem. E quando você fica mais velha e acha que tá pegando o jeito da coisa BAM!
Sabe quando as pessoas dizem que sua vida pode mudar completamente em um segundo? É verdade. E é verdade que não importa o que você tenha feito.
Ok, isso não faz o mínimo sentido, mas é verdade. E é por isso que eu tenho tanto medo de viver. Porque qualquer coisa pode acontecer a qualquer minuto. E, vamos combinar, com o meu histórico, não pode ser coisa boa.
Agora, se o que eu disse fizesse sentido, meu histórico não deveria importar, certo? Seria possível que acontecesse uma coisa boa para mim e mudasse minha vida pra melhor. Então por que nunca acontece? Por que o sentimento de isso ser impossível nunca me abandona?
Claro que, muito provavelmente, eu que não percebo as coisas. Ninguém percebe. Se há uma coisa que podemos concordar em relação à raça humana é que a gente não percebe quanta coisa boa a gente tem até começar a perder. Se eu perdesse o que tenho hoje seria terrível, e ainda assim estou eu aqui querendo mais.
Mas eu mereço pela droga de vida que eu tive.
Fer sempre diz que não é assim que funciona, mas devia ser.
E quando eu penso sobre o que eu quero tem sempre várias coisinhas, e coisonas também. E, neste momento, me contentaria com uma só, mas eu me conheço e sei que estaria querendo mais alguma coisa logo em seguida. Mas no fundo, no fundo, só tem uma coisa mesmo que eu quero, que resolve todos os problemas, os desse post e de todos os outros. E eu sei que eu não quereria mais nada depois disso, não importa o que aconteça.
Todo mundo sabe o que é, não preciso escrever.
Eu fico me iludindo com o pensamento de "se eu consegui isso as coisas vão melhorar". Não vão. Eu sei por experiência que não vão, mas eu insisto em me iludir, achando que uma coisa ou outra vai me fazer melhor, mas eu sou quebrada por dentro e, não importa onde ou com quem um brinquedo quebrado esteja, ele ainda vai estar quebrado. Mas talvez alguém se importe o suficiente com o brinquedo para tentar faze-lo funcionar outra vez, mesmo que não perfeitamente. Acho que essa é minha esperança. Acho.

Sabia que eu não existo?
É difícil explicar e eu não estou com saco, mas é verdade. Não, não quero dizer no sentido F.I.T.I.S da coisa. É verdade, mas não completamente.
Não, quero dizer no sentido literal, humano, psicológico de ser. Eu não sou. Como isso é possível?
Vocês já pararam pra pensar coisas do tipo "e se aquela coisinha de nada que me aconteceu não tivesse acontecido? Quão diferente eu seria?". Efeito borboleta e tal.
Então. Eu sinto como se a pessoa que eu deveria ter sido, caso a primeira merda que levou a todas as outras merdas não tivesse acontecido, é tão completamente diferente do que eu sou.
Claro, eu sei, a vida faz isso com todo mundo, uns mais, outros menos, e a gente sempre é resultado daquilo que vivemos, das nossas escolhas e experiências (olha que bonito eu me contradizendo no mesmo post haha).
Mas e se durante o tempo em que as escolhas eram feitas por você, sem nada que você pudesse fazer, um grupo de pessoas decidisse fuder sua vida? E quando você chegasse ao ponto de tomar suas próprias decisões não houvesse mais opções pois tudo o que lhe ensinaram até ali te leva a um único possível desfecho?
Eu poderia falar disso pra sempre e ainda teria coisas pra falar.
Imagine se a gente tivesse uma "Noite dos grandes pedidos", igual do livro.
O que eu pediria?
O pedido da ilusão ou o da solução?
E você, pediria o quê?

PROMOÇÃO: Responda a última pergunta.